A participação do ministro Paulo Pimenta (Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul) em uma audiência na Câmara dos Deputados foi marcada por bate-boca com parlamentares. A sessão ocorreu na tarde desta terça-feira (11).
Pimenta foi convidado ao colegiado para explicar o pedido feito pelo governo à Polícia Federal para investigar perfis que supostamente divulgaram notícias falsas sobre a tragédia do Rio Grande do Sul.
Durante a sessão, o ministro trocou provocações com deputados bolsonaristas. Uma das discussões foi com o deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que fez críticas à roupa utilizada por Pimenta durante a audiência.
O ministro utilizava um casaco laranja do Grupo de Apoio a Desastres, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
“Ridícula essa jaqueta que o senhor usa, de onde eu venho, para quem trabalha. É repugnante no meio de uma catástrofe ver um ministro se preocupar com fake news e comer churrasco em churrascaria”, afirmou Gilvan da Federal.
Paulo Pimenta respondeu: “Lamento o senhor olhar para essa jaqueta e dizer que ela é patética. Vim aqui com uma homenagem aos trabalhadores da Defesa Civil. Lamento chegar neste parlamento e dizer que essa jaqueta é patética. Deputado, eu teria vergonha de dizer o que o senhor disse. O senhor é uma vergonha para esta casa, para o estado e para o Brasil”.
Pimenta também teve atritos com deputados como Bia Kicis (PL-DF), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Bilynskyj (PL-SP), autor do requerimento de convite ao ministro.
Os parlamentares o acusaram de praticar censura contra opositores que fizeram publicações criticando a atuação do governo na tragédia do Rio Grande do Sul.
“Vocês não têm moral. O que a gente fala é justamente o contrário de fake news. Preferem seguir o caminho da censura”, afirmou Eduardo Bolsonaro.
Ministro critica disseminação de fake news
Durante a audiência, Pimenta afirmou que a publicação de notícias falsas foi “um capítulo lamentável” no plano de reconstrução do Rio Grande do Sul após as fortes chuvas que atingiram o estado.
“Como uma pessoa se dedica a sentar atrás de um computador para fazer fake news, mentir, desinformar, prejudicar o salvamento, o trabalho das autoridades, a ação de resgate das pessoas? O que leva um indivíduo, um cidadão, a se dedicar a produzir mentiras, desinformação e fake news?”, questionou o ministro.
Investigações
No início de maio, a Polícia Federal (PF) começou a investigação para apurar supostos crimes praticados por quem publicou fake news sobre a tragédia no Rio Grande do Sul.
O pedido para apurar desinformação foi feito oficialmente pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP), depois de um ofício enviado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), após uma reunião da “sala de situação” do Palácio do Planalto em que houve a discussão sobre as consequências das fake news no caso.
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