A semana encerrou com estabilidade na maioria das regiões pecuárias do Brasil. Segundo a Scot Consultoria, a oferta de bovinos aumentou nos últimos dias e a venda de carnes apresentou sinais de piora, para o mercado interno. Alguns compradores estão fora das compras e vão aguardar os resultados das vendas desse fim de semana para prosseguirem com os negócios.
Das 32 regiões pecuárias acompanhadas pela Scot, os preços nesta sexta-feira (27/6) não tiveram alterações em 24 locais. Houve quedas em cinco praças: Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), sul de Goiás, norte de Mato Grosso e Redenção (PA). Já no sul e oeste da Bahia e em Santa Catarina, houve alta de preços.
Nas praças de Araçatuba e Barretos, referências para o mercado paulista, a cotação ficou inalterada. O preço do boi gordo permaneceu em R$ 313 a arroba para pagamento a prazo. Os valores do “boi China”, da vaca e da novilha também não mudaram. As escalas de abate atendem, em média, a nove dias.
Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que os preços do boi, da vaca, novilha e reposição seguem firmes. A procura de frigoríficos supera a oferta de animais para abate, que tem passado a contar com lotes de confinamento – esses animais tendem a alcançar valores maiores que os de pasto.
“A liquidez está relativamente baixa. Diante do menor interesse comprador, pecuaristas não forçam vendas. O predomínio é de negócios a preços estáveis”, afirma o Cepea.
Segundo o Cepea, neste ano, a taxa de ocupação dos confinamentos está bem maior que em 2024. No comparativo de junho de 2025 com o mesmo mês do ano passado, o aumento é de quase 27%, segundo acompanhamentos da empresa DSM-Tortuga em vários Estados. Em maio, a taxa de ocupação esteve quase 40% superior à de um ano atrás.
No mercado atacadista de carne com osso em São Paulo, pesquisas do Cepea indicam que as cotações também vêm se sustentando, mesmo neste período do mês, em que há certa lentidão nas vendas.
A consultoria Agrifatto destaca que a limitação de renda do consumidor tem pressionado o varejo, resultando em vendas fracas e ausência quase total de pedidos de reposição. Como reflexo, aumentaram as devoluções e recusas de cargas, enquanto centros de distribuição operam com mercadorias represadas e embarques adiados.