O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, durante acareação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (24), que o ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL), Walter Souza Braga Netto, entregou dinheiro para bancar manifestantes após o Partido Liberal se negar a bancar o valor.
“O réu colaborador reafirma que o réu Braga Netto lhe disse que tentaria obter essa quantia de outro modo em que, posteriormente, teria entregue determinada quantia em dinheiro dentro de uma sacola de vinhos no palácio do Alvorada. Por sua vez, o réu Braga Netto reafirma que, após a negativa do tesoureiro do PL não tratou mais desse assunto e que jamais entregou qualquer quantia em dinheiro para o réu colaborador”, diz trecho da acareação.
Afirmação no dia do interrogatório
Sobre o tema, quando interrogado no dia 9 de junho, o delator Mauro Cid afirmou:
“O General Braga Netto me orientou a perguntar se o partido poderia custear isso aí. Aí eu fui conversar com coronel lá que era responsável pelo partido, o… Eu não me recordo o nome dele. Inclusive, ele viu o documento. Eu imprimi o documento e mostrei para ele o documento. Esse documento, o inicial, que tinha só as relações. Aí ele falou que ele não poderia… o partido não podia trazer manifestantes ou apoiar com esse tipo de material. Aí eu voltei no general Braga Netto e ele falou: “Vou dar um jeito, vou tentar conseguir por outros caminhos”, disse.
“Aí eu não me recordo a data, mas talvez uma ou duas semanas depois, o general Braga Netto me entrega dinheiro. Acho que foi… Eu não me engano, mas eu creio que foi quando o De Oliveira esteve no Alvorada. Ele me entregou um… era tipo uma coisinha de vinho assim, de presente de vinho, com dinheiro. Eu não contei, não sei quanto, tava grampeado e aí o De Oliveira veio buscar o dinheiro. Então, eu peguei o dinheiro e passei para o De Oliveira”, prosseguiu.