Tocantins no centro dos debates sobre a economia criativa: foram quatro dias de celebração e apresentações artísticas, em eventos promovidos pelo Governo do Estado, através da Secretaria da Cultura (Secult) e com o suporte da Secretaria Extraordinária de Governo (Segov) e da Secretaria da Comunicação (Secom).
O palco, montado ao lado do marco do Centro Geodésico do Brasil, na Praça dos Girassóis, reuniu artistas regionais e nacionais, entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro.
Paralelamente, no auditório do Palácio Araguaia, a programação uniu cultura, arte e aprendizados durante as palestras e painéis que fizeram parte do 1º Seminário de Economia Criativa do Tocantins.
O colóquio contou com a participação de personalidades do setor que evidenciaram o potencial criativo do Estado.
Programação cultural: arte para todos os gostos
As apresentações artísticas começaram dia 28 de novembro, na Praça dos Girassóis, com uma vibrante celebração, que mesclou música regional e nacional.
Sob o comando de Márcio Bello, o grupo Tambores do Tocantins trouxe a força de suas batidas para saudar a plateia e abrir caminho ao quinteto AmazoniCanToria, composto por grandes nomes da música no estado.
Dorivã, Genésio Tocantins, Juraildes da Cruz, Braguinha Barroso e Lucimar encantaram os espectadores com uma homenagem à cultura amazônica que realçava temas do regionalismo nortista.
O cantor Zé Geraldo, ícone da Música Popular Brasileira e do folk rock, conquistou todos com sua poesia, que fez o público cantar junto a cada canção apresentada.
Já no final da noite, o trio 3 Tons de Preto coroou o primeiro dia das apresentações com uma mistura contagiante de pagode, samba e axé.
Na noite de abertura, o secretário-chefe da Casa Civil, Deocleciano Gomes, que representava o governador Wanderlei Barbosa, destacou o mérito do chefe do Executivo tocantinense em apostar na cultura.
Já o secretário da Cultura Tião Pinheiro relatou a linha das ações da Secult desde que foi recriada em março de 2023, assim como conotou a importância de se promover eventos como o Seminário de Economia Criativa e dos shows que abrem espaços aos artistas regionais.
O secretário Adão Francisco (Igualdade Racial) também participou da solenidade.
Para Tião Pinheiro, a atuação da pasta consolida a missão que o governador confiou à equipe da Secult de fomentar e estruturar o setor, através de políticas públicas culturais perenes.
O secretário agradeceu o apoio dos parceiros, a participação dos fazedores de cultura, razão de todo esse empenho do Governo do Tocantins, e os servidores da pasta, que se desdobraram para realizar os eventos.
Opinião também compartilhada pela secretária-executiva Valéria Kurovski, pela assessora jurídica Dinara Prado e pela assessora de Relações Institucionais Aurielly Painkow.
A estrutura do evento recebeu elogios pela acessibilidade e conforto, permitindo que famílias e turistas aproveitassem o ambiente cultural gratuito.
“Estava passando e fiquei curioso para saber o que estava acontecendo na praça. Fiquei surpreso com a organização e a curadoria dos artistas. É muito bacana que o governo possa oferecer momentos como esses para a população”, afirmou o médico Lucas Carneiro.
A diversidade tomou conta do palco na programação do segundo dia, sexta-feira, 29, quando aconteceram as apresentações do músico portuense Everton dos Andes, do pernambucano Geraldinho Lins, e dos grupos Vozes de Ébano (Fran Santos, Malusa e Cínthia Abreu) e Vozes do Cerrado (Juraíldes da Cruz, Maria Eugênia e Pádua), em uma grande celebração que proporcionou uma mistura de estilos e experiências desde o reggae, ao pop e à música popular brasileira.
“O Estado do Tocantins é um celeiro, é uma fonte de renovação. Sempre que venho aqui sou bem recebido e está maravilhoso. Estou vendo a integração e a interação do público com a arte em cima do palco. Meus parabéns à Secretaria da Cultura e todos que fazem cultura aqui!”, declarou Juraíldes da Cruz (AmazoniCanToria e Vozes do Cerrado).
Já Maria Eugênia (Vozes do Cerrado) disse estar feliz por testemunhar esse momento histórico.
“Como tudo aqui, o evento já nasce grandioso, com uma organização maravilhosa, com pessoas significativas de vários estados”, comentou.
Na sequência da programação, outro grande destaque da noite foi Geraldinho Lins, que contagiou o público com seu forró pé de serra, simpatia e alegria.
Durante a apresentação, o músico ainda ressaltou o calor humano do povo tocantinense e destacou sua felicidade em compartilhar com a plateia a música nordestina.
A noite se encerrou com um show da banda Baião D2, que continuou no embalo do forró e os presentes terminaram o segundo dia em ritmo de festa.
O sábado, 30, manteve a diversidade musical, com apresentações que reuniram uma mescla de estilos.
Taboka Grande, comandado pelo mestre Wertemberg Nunes, apostou nos sons de berimbau, dos tambores e das guitarras elétricas.
O artista tocantinense Lucimar e o paraense Nilson Chaves emocionaram os espectadores com sua bagagem amazônica.
Este último ainda promoveu uma celebração quando convidou ao palco Maria Eugênia, Dorivã, Juraíldes da Cruz, Genésio Tocantins, Braguinha Barroso e Relmivam Milhomem.
Já o araguainense Luiz Tupiniquim revisitou sucessos da MPB e do rock, enquanto Paulinho Braga marcou o final da noite com a animação de clássicos do axé e da música sertaneja, promovendo um verdadeiro baile dançante.
No domingo, último dia de programação, a cantora Eletra deu início à noite, encantando as pessoas com sua potência musical e energia.
A artista celebrou o aniversário com o público, que pediu bis da canção “Meu Rei”, oportunidade em que revelou ter composto a letra em homenagem aos seus três filhos, Marcos, Maria Eduarda e Marina Clara.
Na sequência, Impacto Latino trouxe o orgulho da latinidade para o palco, executando canções que marcaram a carreira e clássicos como “Corazón Espinado”, do guitarrista mexicano Santana, em parceria com a banda Maná.
O show de Marlon e Muriel trouxe clássicos da música sertaneja e colocou a audiência para cantar, enquanto o Trio Bacana, mais uma vez, demonstrou que o forró é um dos patrimônios da música local, com plateia vibrante e dançante.
O final foi marcado pelas apresentações de Pedra de Fogo e Chico Chokolate, que oportunizaram momentos de alegria e emoção.
No palco, Paulinho Braga, acompanhado do pai, o sanfoneiro Manoel Siqueira, relembrou a matriarca Rosa Dalva, mãe do guitarrista e personalidade importantíssima na musicalidade da família.
A homenagem foi concretizada quando Maria Rosa, filha de Paulinho a e neta de seu Manoel, subiu ao palco para cantar “Asa Branca” com a dupla, clássico de Luiz Gonzaga que provocou a emoção dos presentes.
“Sentia falta disso aqui em Palmas. Acho que já passou da hora da gente consolidar e construir a nossa identidade para reconhecer o nosso valor também enquanto cultura do norte e alimentar isso. O Governo do Tocantins tem esse poder de fortalecer a nossa cultura”, disse a professora de Filosofia Tainá Souza que assistiu os shows de encerramento.
Os pequenos também marcaram presença na programação musical.
Rael e Samir, filhos da médica Mariana Sandoval e do cantor Fábio Rocha do Trio Bacana, que se apresentou na noite de domingo, 1º, levaram zabumba e sanfona para tocar com o pai.
“O evento está super legal e organizado. Eu acho que é super importante a gente valorizar a arte e a nossa cultura local”, comentou a médica.
A mamãe Catiely Fernandes Neto aproveitou para levar suas três filhas para conhecer mais da cultura tocantinense e ainda levou cadeiras de praia para descansar entre as atrações.
“A sonorização está perfeita e o público bem animado. É muito importante que minhas filhas conheçam a cultura do nosso estado, para crescer já entendendo e fazendo parte desses ambientes”, comentou.
Apaixonado pela música, aos 91 anos, o saxofonista Dirceu Marquini prestigiou as quatro noites de evento, sempre confortável em uma cadeira de praia, ao pé do palco.
“Meu pai era maestro e eu toco saxofone desde pequenininho, mas ainda queria aprender outro instrumento. Sou paulista, mas já virei tocantinense. Eu gosto de música, desde o forró ao samba. Sendo música eu estou dentro! Enquanto não acabar isso aqui eu não vou embora!”, brincou, apontando ao filho Luiz Henrique e à nora Aurienia, que o acompanharam em todas as noites.
“Trabalhamos muito para tornar esse evento possível. O processo de seleção e contratação dos artistas, a organização de cada noite, os materiais de divulgação, a produção dos camarins, o transporte das bandas e dos servidores, a limpeza, a segurança, as passagens de som e produção de palco… Tudo foi realizado com muito empenho e dedicação de uma equipe unida em função de um objetivo maior que é o fomento e incentivo à cultura e à arte. Esperamos que o público tenha gostado e aproveitado esse momento construído pensando na valorização da identidade musical e cultural, permitindo que as famílias tocantinenses conheçam a diversidade cultural que o nosso estado possui. O nosso desejo é que eventos dessa natureza se tornem uma tradição”, concluiu a gerente de Planejamento, Fomento e Parcerias Culturais, Savana Sanches.
1º Seminário de Economia Criativa do Tocantins
Embora a programação de shows tenha se desenrolado ao longo de quatro dias, as palestras e painéis do 1º Seminário de Economia Criativa do Tocantins foram realizadas nos dias 29 e 30 de novembro.
A programação aconteceu no auditório do Palácio Araguaia Governador José Wilson Siqueira Campos e contou com a presença de especialistas de diversos estados do Brasil, que compartilharam suas experiências sobre temas como empreendedorismo feminino, música e mercado, valorização da produção cultural e o futuro da economia criativa.
Veja como foi o primeiro e o segundo dia lendo as matérias disponíveis nos hiperlinks.
Para o superintendente de Fomento à Cultura Antônio Miranda, o evento foi um sucesso tanto de conteúdo, quanto de audiência.
“O 1º Seminário de Economia Criativa do Tocantins trouxe discussões e reflexões importantes, principalmente, quanto à economia criativa dentro do setor cultural. Os trabalhadores da cultura das diversas linguagens, tiveram a oportunidade de conhecer, refletir e socializar experiências exitosas quanto à sustentabilidade de seus projetos. Tivemos um público qualificado tanto no seminário quanto nas apresentações artísticas culturais que ocorreram na Praça dos Girassóis”, observou.
“A curadoria do seminário foi um trabalho que levou cerca de 3 meses levantando possíveis nomes e currículos, por meio de pesquisas de line ups de eventos semelhantes pelo país, trocas de conversas realizadas em eventos de mercado e indicações de outros produtores culturais que realizam eventos em âmbito nacional, além de sugestões internas da própria secretaria. Acredito que o seminário serviu como um incentivador para o setor criativo do estado e que cada painel e palestra tenha servido de inspiração para os presentes”, disse a servidora Ana Elisa Martins, produtora cultural da Secult.
O evento também contou com intervenções artísticas de diversas modalidades culturais, o que buscou fomentar ainda mais a cultura local, levando circo, música, cultura popular, dança e artes visuais para os inscritos.
A pluralidade de painéis, aliada à rica programação cultural proporcionou momentos únicos de aprendizado, diversão e conexão.
Além dos momentos de reflexão, tanto o seminário como a programação musical contribuíram para o fortalecimento da cultura tocantinense ao promover o desenvolvimento sustentável e o reconhecimento da diversidade cultural do estado.
O 1º Seminário de Economia Criativa do Tocantins não apenas colocou o estado no mapa das discussões culturais e econômicas, mas também reforçou a importância de eventos que promovam a inclusão, a arte e a inovação.
A mensagem deixada foi clara: a cultura é um motor de desenvolvimento e de transformação social.
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