Entre as categorias mais procuradas por quem busca abrir um negócio próprio estão as atividades relacionadas ao comércio, incluindo alimentação. O ramo representa 30,3% das empresas em operação em todo país. Em Palmas, o serviço ambulante de alimentação teve crescimento de 36,34% nos últimos cinco anos, incluindo microempresas e empresas de pequeno porte, conforme levantamento do Sebrae.
O serviço cresceu mais na modalidade conta própria, em que o trabalhador vende alimentos de forma autônoma. É tanto que, conforme o Sebrae, dos 1.621 mil ambulantes de comida no primeiro quadrimestre, 1.469 são microempreendedores individuais registrados.
Esses trabalhadores estão por toda parte. Vendem pastéis nas estações de ônibus ou sanduíches em porta de faculdades. Carregam caixas de isopor com pamonhas na calçada de empresas no intervalo do almoço ou montam barracas pela manhã para vender café com leite em locais de grande fluxo, como portas de hospitais ou agências bancárias.
Foco no produto
O microempresário André Luiz Garcia dos Reis, de 37 anos, está entre esses empreendedores. Ele trocou o emprego de estoquista para abrir seu próprio negócio no estacionamento da loja em que trabalhava. Mas a primeira tentativa, em parceria com um amigo, não rendeu tanto quanto ele gostaria. “A gente começou vendendo espetinho, só sobrava dez reais para cada um por dia”, relembra.
A parceria não foi adiante, mas antes de mudar de ramo ou desistir do negócio, André trocou de produto e o espetinho virou biscoito de polvilho frito. O horário também mudou das 18h para 6h da manhã, com foco nos trabalhadores vizinhos ao trailler onde comercializa os biscoitos.
Com as mudanças, o empreendedor viu o negócio crescer de forma estável e hoje conta com a ajuda de um funcionário para dar conta do fluxo. O ponto, estrategicamente localizado próximo a pontos de ônibus e do Parque dos Povos Indígenas, atende cerca de 150 clientes por dia.
Segundo o Sebrae, os primeiros dois anos são os mais críticos e os pequenos negócios precisam lidar com variações de mercado, estoque, capital de giro.
A estratégia de se especializar em um único produto oferece vantagens na parte operacional do negócio. Isso porque diversificar os produtos demanda planejamento para não perder rendimento durante aumento de infraestrutura.
Depois de estabilizado, André expandiu o cardápio com outros dois produtos: pão de queijo e disco de carne. Para ele, o sucesso de qualquer negócio depende da dedicação do empreendedor. “O começo é muito difícil, mas vale a pena o esforço”, afirma.
Homens empreendedores
Mais de 9,6 mil empresas foram abertas no Tocantins nos primeiros quatro meses de 2024. Desse total, 59,2% são negócios liderados por homens, percentual acima da média nacional. Os dados são do Mapa de Empresas – documento elaborado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP).
Dentro do panorama nacional, as inscrições de Microempreendedor Individual (MEI) é responsável por 56,5% dos negócios ativos no país, além de representar 74,9% das empresas abertas no período. Há uma predominância masculina de 54,4% no perfil médio dos empreendedores nacionais.
Conforme o levantamento, um dos motivos que justifica o aumento da categoria MEI é processo simplificado para abertura de empresas e regime especial de tributação, além de medidas facilitadas de acesso ao crédito. O tempo gasto para a abertura dessas empresas é, em média, 21 horas.
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