Com o objetivo de esclarecer dúvidas e aprimorar os conhecimentos dos profissionais envolvidos na captação e transplante de córneas, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) realizou, na terça-feira, 08, um treinamento voltado para a equipe de Organização de Procura de Órgãos (OPO). A ação coordenada pela Central Estadual de Transplante do Tocantins (CETTO) foi conduzida pela equipe do Banco de Olhos do Tocantins (BOTO) e ocorreu no Hospital Geral de Palmas (HGP). Desde o início do serviço, em 2016, o Tocantins já realizou 434 transplantes de córneas, sendo 70 procedimentos em 2024. Atualmente, no Estado, 266 pessoas aguardam na fila para realizarem a cirurgia.
“Hoje os profissionais das Organizações de Procura de Órgãos passaram por capacitações específicas voltadas à avaliação de córneas e à correta aplicação dos critérios de exclusão para doação. A iniciativa objetivou qualificar ainda mais os profissionais envolvidos na triagem de potenciais doadores, garantindo agilidade e precisão na identificação de tecidos viáveis, respeitando os protocolos técnicos e éticos estabelecidos. Investir na formação das equipes é investir em vidas. Uma boa avaliação impacta diretamente na qualidade do tecido doado e na segurança de quem irá recebê-lo” a coordenadora da CETTO, Tatiana Oliveira Costa.
A oftalmologista e coordenadora do Boto, Ana Beatriz Dias, foi umas das instrutoras e ressaltou que, “hoje nós temos um número muito grande de receptores na fila de transplante e o nosso índice de recusa familiar é um índice alto, ele é um dos maiores do país. A ideia é que nós precisamos sensibilizar as pessoas da importância da doação, do quão importante, quanto o benefício traz para um paciente que é transplantado, que está cego às vezes dos dois olhos, ou seja, de um só, que recebe um transplante de córneas, muda a vida daquela pessoa, e sua família e, consequentemente, muda a sociedade como um todo”.
“Precisamos de mais pessoas engajadas, mais pessoas sensíveis a essa causa, que as pessoas conversem mais em família, sobre a doação de órgãos. E do desejo de doar. Porque quando um nós vem a falecer, se nós conversamos anteriormente com a nossa família, com os nossos amigos antes, quando a equipe chega, a família está aberta, está receptiva, e a chance de falar no sim, de fazer a doação, que essa doação seja efetivada, é muito maior. Então, isso é extremamente importante. O treinamento com a equipe foi resgatando alguns assuntos, sensibilizando e passando informações importantes, na busca desses doadores, para nós aumentarmos esse número de doação e diminuir essa fila e, quem sabe, zerar a fila nos próximos meses, nos próximos anos. É esse o nosso sonho”, acrescentou a coordenadora.
Segundo a enfermeira da OPO, Elayne Regina Barros, que participou do treinamento, “é uma oportunidade de atualizarmos das novidades que vêm acontecendo no mundo do transplante e isso fazendo com que, com que nós possamos oportunizar para a nossa população tocantinense uma melhor qualidade de vida, uma melhor saúde ocular. Vimos trazer oportunidade para pessoas aqui do nosso estado que estão sem enxergar, que estão com doenças na córnea e que precisam desse transplante”.