Viatina-19, a vaca nelore que alcançou o valor recorde de R$ 21 milhões em leilão em 2023, tornando-se então a mais cara do mundo, deve virar uma empresa, com cotas para acionistas, incluindo investidores comuns alheios ao mundo da pecuária. Esse é objetivo do trio de criadores que são donos do animal de cinco anos que segue batendo recordes de venda de material genético. A vaca, aliás, acaba de produzir seu primeiro clone.
A ideia é isolar a vaca branca de quase uma tonelada em uma fazenda com seus clones, filhas e barrigas de aluguel, segundo o médico veterinário Heitor Pinheiro Machado, assessor técnico da Casa Branca Agropastoril e também consultor das outras duas fazendas que detêm a posse de Viatina-19, a Agropecuária Napemo, de Uberaba (MG), e a HRO Nelore, de Arandu (SP).
Machado diz que a vaca “celebridade”, que está atualmente abrigada na fazenda da Napemo, já dobrou o preço de Carina FIV do Kado, a vaca mais premiada da raça nelore que teve uma quarta parte vendida em leilão em dezembro do ano passado e alcançou o valor de R$ 24 milhões.
“Carina bateu o recorde de preço em leilão, mas ainda é nova (3 anos) e não produz como Viatina. Nós estimamos o preço de uma matriz pelo valor de 15 a 20 aspirações dela. Viatina produz R$ 3 milhões por mês. Por essa conta, ela já passa fácil de R$ 40 milhões e já tivemos oferta fora de leilão de R$ 45 milhões.”
Segundo o assessor, várias filhas da vaca foram vendidas por até R$ 4 milhões e uma chegou a R$ 6 milhões e mais de 15 crias dela estão competindo em pistas.
Machado estima que, se for feito um IPO (Initial Public Offering ou Oferta Pública Inicial) de Viatina, dá para levantar uns R$ 100 milhões. Ele lembra que, na época das enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado, o trio de criadores decidiu fazer uma ação beneficente, vendendo material genético de Viatina em 100 cotas de R$ 30 mil. As cotas se esgotaram em dois dias.
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O primeiro clone de Viatina, que estava em processo de clonagem desde 2023 e perdeu três no nascimento, nasceu há três meses na Geneal, empresa de clonagem em Uberaba, e deve ser entregue aos criadores em breve. Machado conta que a réplica é muito parecida com a Viatina jovem, com a mesma beleza racial.
“É uma bezerra de muita saúde. Nunca precisou de medicação. É esperta e sadia e tem os mesmo traços da Viatina original. São como irmãs gêmeas, têm o mesmo DNA mas são geradas em barrigas diferentes. A clonagem veio para ajudar na segurança dos investimentos na pecuária de gado PO (puro de origem). Vaca hoje é imortal. Daqui a 30 anos, podemos fazer mais clones da Viatina-19.”