O dólar caía ante o real nesta quarta-feira (10), com os investidores atentos à retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de Estado, enquanto também analisam dados de inflação ao produtor nos EUA e o IPCA no Brasil.
Às 12h37, o dólar à vista tinha baixa de 0,57%, a R$ 5,4084 na venda.
No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,84%, a 142.806,20 pontos.
No início da sessão, o IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística) informou que o IPCA, o índice oficial de preços, registrou queda de 0,11% em agosto, após a alta de 0,26% em julho.
No acumulado de 12 meses até agosto, o IPCA teve alta de 5,13%. Economistas ouvidos pela Reuters projetavam queda de 0,15% no mês e elevação acumulada de 5,09% em 12 meses.
Os dados do IPCA – cuja abertura ainda mostra pontos sensíveis para o controle da inflação no Brasil – davam suporte às taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta manhã, mas não influenciaram fortemente as cotações do dólar, que se mantinham próximas da estabilidade.
Parte das atenções dos agentes está direcionada à Brasília, onde a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal retomou o julgamento de Bolsonaro.
Assim como em sessões anteriores, o mercado não teme o resultado do processo em si, mas sim novas retaliações dos Estados Unidos contra o Brasil.
No fim de julho, o presidente americano, Donald Trump, definiu uma tarifa de 50% para uma série de produtos brasileiros, usando como justificativa, entre outros motivos, o julgamento de Bolsonaro.
Na terça-feira (9), o dólar à vista fechou em alta de 0,34%, aos R$ 5,4361, em meio à cautela dos investidores sobre os desdobramentos do julgamento.
No exterior, o dólar tinha sinais mistos ante as demais moedas, mantendo-se praticamente estável ante outras divisas fortes.