Para entender como os indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) adotados por empresas brasileiras estão sendo percebidos pelos seus funcionários, a consultoria de inovação Tec Institute, realizou uma pesquisa online, em parceria com a MIT Tech Review Brasil, publicação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts no país. Entre as conclusões, descobriu que 75% das organizações não possuem nenhuma certificação de sustentabilidade ou ESG.
Quando realizadas por instituições sérias e criteriosas, as certificações demonstram um compromisso real da empresa com aquilo que a certificadora atesta, e são concedidas às empresas que atendem critérios rigorosos. Isso envolve a implementação de políticas e práticas corporativas que vão além do mínimo exigido por lei.
No caso da sustentabilidade e dos aspectos ESG, as certificações são importantes para evitar que as empresas realizem greenwashing, ESGwashing, diversitywashing – ou seja, façam parecer em suas campanhas de marketing, publicidade e relações públicas que suas práticas ambientais, de ESG, ou diversidade e inclusão, por exemplo, sejam maiores e mais relevantes do que realmente são na prática.
Como exemplo, a pesquisa cita a certificação Global Reporting Initiative (GRI), que criou um padrão para o reporte de resultados que facilita empresas a compreender e comunicar os seus impactos em questões como mudanças climáticas, direitos humanos e corrupção. E a certificação B-Corp, ou Empresa B, para companhias que visam, como modelo de negócio, o desenvolvimento social e ambiental.
A pesquisa também descobriu que quase 8 em cada 10 funcionários não acreditam que suas empresas estão fazendo um trabalho muito bom ou excelente nos quesitos ESG. Entre as principais iniciativas trabalhadas estão a gestão de resíduos e reciclagem (30%); o respeito pelos direitos humanos (40%) e prevenção à corrupção (31%).
A instituição de pesquisa aponta que o perfil dos respondentes não é determinante para as percepções sobre as práticas de ESG trabalhadas nas empresas: “O gênero, idade e faixa salarial têm pouco impacto na percepção das práticas de ESG”, diz o TEC Institute. “Independentemente desses fatores, os colaboradores tendem a ter uma visão semelhante sobre as práticas de sustentabilidade das empresas”, conclui.
Ao todo, 108 pessoas, a maioria homens, responderam ao formulário online da pesquisa com perguntas objetivas – 32% atuam em empresas de serviços financeiros, educação e saúde, seguido dos segmentos de tecnologia da informação e comunicações (25%), e serviços (21%), como atividades científicas, técnicas, administrativas, artes, cultura e serviços domésticos. E os demais atuam em transporte e logística; agricultura, mineração e recursos naturais; comércio e serviços de hospitalidade; e indústria e construção.
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