A poucos dias de lançar o novo Plano Safra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não querer saber se o fazendeiro beneficiado votou nele nem se fez Pix ao ex-presidente Jair Bolsonaro “para ajudar na vagabundagem dele”. De acordo com Lula, o novo plano será o terceiro maior da história do Brasil – 2023, 2024 e 2025.
“Não vou perguntar em quem o fazendeiro votou, não me interessa. Não quero saber se é um fazendeiro que faz Pix a Bolsonaro para ajudar na vagabundagem dele”, disse Lula nesta sexta-feira (27/6) em entrega de títulos de regularização fundiária em Tocantins. De acordo com o petista, o que interessa é se o fazendo está produzindo. “Se o fazendeiro está produzindo para o Brasil e o país está ganhando com isso, ele vai ter crédito”, completou.
O lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026 está previsto para segunda-feira (30/6) no Palácio do Planalto às 11h.
“Nós devemos muito à agricultura brasileira”, comentou. Em sua avaliação, o país está virando um grande celeiro no mundo. “Ao mesmo tempo que a gente vai fazer o maior crédito para o grande, a gente vai fazer também o maior crédito para o pequeno”, comentou.
Reforma agrária
Lula afirmou que o governo continuará a fazer reforma agrária. De acordo com ele, não “faz sentido” a União ficar com terrenos no nome dela. “É mais fácil fazer com que a terra fique na mão do povo”.
As declarações aconteceram durante a entrega de títulos de regularização fundiária em Tocantins. “Para mim, hoje é um dia muito sagrado porque estamos fazendo uma devolução de títulos de terras para o povo do Estado de Tocantins e para o povo das cidades do Estado de Tocantins”, disse.
“Não tem nenhum sentido a União ficar com prédios, terrenos, terras em nome dela quando é muito mais fácil fazer com que essa terra fique na mão do povo para que ele possa produzir aquilo que ele quiser para sustentar ele, sua família, e aqueles que não trabalham no campo”, afirmou. Segundo ele, o evento representa um “gesto de civilidade”.
Na fala, Lula disse que o Brasil perdeu o hábito da civilidade sob a gestão de Jair Bolsonaro. Ele, então, perguntou à plateia presentes quais as entregas que o ex-presidente fez no Estado. “Ele não fazia nada a não ser mentir, fazer provocação.”
Compra de alimentos e Pronaf
Durante o evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que Lula autorizou, nesta semana, a destinação de R$ 1 bilhão para Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), operacionalizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A cifra já era esperada, mas a confirmação ocorre em meio a corte de gastos anunciados pela gestão federal.
“O presidente Lula quer que os assentamentos nasçam em berço de ouro, com terra, crédito, assistência técnica e acesso aos mercados”, disse Teixeira. Após a fala, o ministro pediu para que a população “espalhe” tal notícia.
Teixeira disse que o governo irá lançar o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) B. “Se pagar em dia, vai ter 40% de desconto, e não vai ter que apresentar nenhuma garantia”, afirmou.
Já os assentados da reforma agrária terão verba no Pronaf A, informou o ministro, com 40% de desconto. “Quem tomou uma vez, pode tomar uma segunda vez”, citou.