Gabriela Duarte está em cartaz no Teatro FAAP com o monólogo “O papel de parede amarelo e eu”, inspirado no livro publicado em 1892 por Charlotte Perkins Gilman.
Considerado um marco da literatura feminista por abordar temas como o controle sobre o corpo feminino e saúde mental, ela e Alessandra Maestrini, que assina a direção ao lado de Denise Stoklos, comentaram no Na Palma da Mari o quanto a história continua atual mesmo em 2025.
“Mesmo sendo um texto escrito no século 19, ele traz uma força atual que a gente, como mulher, que eu acho que pega demais, sabe?”, relata Gabriela Duarte. “A mulher se identifica muito rapidamente com aquela situação que a personagem está vivendo, de opressão, de ameaça à sua saúde mental, em muitos momentos, de ter a sua identidade colocada em xeque”.
A atriz até mesmo se recordou de situações de machismo que viveu em seus 35 anos de carreira. Uma delas é justamente ser filha de Regina Duarte e ser constantemente comparada à mãe.
“Acho que as mulheres são milhões de vezes mais comparadas entre si do que os homens. Mais cobradas no sentido de tudo: quem envelheceu bem, quem não envelheceu, quem é melhor…”, recorda. “Fui colocada em lugar de comparação que homens na mesma posição, pais e filhos, não foram”.
Desigualdade salarial
A atriz também disse que já descobriu que ganhava menos que um colega de trabalho homem que desempenhava o mesmo papel que ela em uma produção.
“A gente sabe que acontece em todos os lugares, mas eu tive a confirmação”, revela “Aconteceu comigo. Eu sei que aconteceu. Tenho provas”.
Na Palma da Mari
No programa, Gabriela Duarte e Alessandra Maestrini também opinaram, de forma muito honesta, se artistas devem ou não se posicionar politicamente.