A comercialização de soja pelas empresas argentinas acelerou em junho, diante do iminente aumento das tarifas de exportação em 30 de junho. Segundo a Bolsa de Cereais de Rosário, o valor negociado nos primeiros 15 dias do mês atingiram as máximas semanais da temporada.
De acordo com dados da SioGranos – sistema oficial de vendas do país – a primeira semana do mês registrou o maior volume semanal já negociado, com 1,47 milhão de toneladas fixadas de soja. Isso representa um aumento de 30% em relação à média semanal de maio. No mês passado, o volume semanal ficou entre 1,11 milhão e 1,18 milhão de toneladas.
Esse patamar mais alto de negociação continuou na semana passada. Segundo a Bolsa de Rosário, analisando as médias diárias, foi de pouco mais de 290 mil na primeira semana de junho, enquanto nos primeiros quatro dias da semana passada, a média ficou em 305 mil toneladas, 4% a mais que na semana anterior e 35% acima dos níveis de maio.
Em 30 de junho, a alíquota do Imposto de Exportação (DEX) para a soja passará de 26% para 33% e a do farelo e óleo passará de 24,5% para 31%.
Essa expectativa também se reflete nas Declarações Juramentadas de Vendas ao Exterior (DJVE) de grãos, com aumento de registros para embarques após 30 de junho. Essas declarações são um registro oficial exigido pelo governo argentino para todas as intenções de exportação (vendas futuras).
Na primeira semana do mês, foi atingido o segundo maior volume de DJVE do complexo soja para a atual temporada, com quase 1,7 milhão de toneladas, correspondendo a 330 mil toneladas de óleo, 365 mil toneladas de grão e pouco mais de 1 milhão de toneladas de farelo de soja. Do total registrado no complexo, 655 mil toneladas corresponderam a embarques com data de embarque no mês corrente, o que representa 39%. 61% corresponderam a embarques entre julho e novembro.
Na semana passada, os embarques acumulados até quinta-feira já superaram o volume da semana anterior, mantendo-se como o segundo maior recorde da temporada, com 2 milhões de toneladas. Desse total, 40% correspondem a vendas para embarque neste mês e os 60% restantes aos meses de julho a dezembro (pouco mais de 1 milhão de toneladas concentram-se entre julho e agosto).