A escola vai além de ser um local de aprendizagens, também tem o papel de despertar nas crianças e jovens o desenvolvimento de habilidades artísticas, literárias e sociais. Na vida do estudante Mickaell Araújo de Sousa, 17 anos, que cursa a 3ª série do ensino médio, a escola fez toda a diferença. Ele é diretor de Comunicação na Escola Estadual Liberdade, em Palmas, e durante os três anos no ensino médio ele se destacou como protagonista em várias atividades desenvolvidas pela escola.
Neste sábado, 15, é comemorado o Dia da Escola, a data foi escolhida pelo Congresso Nacional para lembrar a importância das instituições de ensino para a formação da população brasileira. Nos últimos dois anos, o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), tem investido na melhoria das escolas públicas, em todos os sentidos, na formação de professores, com obras de reformas e ampliações de várias unidades escolares, na formação de laboratórios de ciências, aquisição de materiais pedagógicos, tecnológicos, modernizando os ambientes de aprendizagens.
E entre as ações da Seduc está o Prêmio Escola que Transforma, que faz parte do Programa de Fortalecimento da Educação (PROFE), desenvolvido como forma de dinamizar a educação. E a Escola Estadual Liberdade tem se destacado nos últimos anos com atividades lúdicas e dinâmicas para motivar mais o ensino e a aprendizagem e, com isso, a instituição de ensino foi destaque no Prêmio Escola que Transforma, alcançando o 2º lugar, na modalidade escolas estaduais do ensino médio, com o projeto Meliponicultura e Ciências na Escola, coordenado pela professora Andreia de Sousa Coêlho.
A Escola Estadual Liberdade conta com 900 estudantes, matriculados no ensino fundamental e ensino médio. A diretora Josely Araujo Carlos Quixabeira fala da satisfação de presenciar a escola evoluir cada vez mais. Ela está na instituição desde 2011 e já atuou como professora dos anos iniciais, como secretária, e desde 2011 está na gestão da escola. Em 2023, ela foi aprovada no processo seletivo e está num mandato que se encerra em 2026.
“Eu tenho uma história nesta instituição, que além de profissional, pertenço à comunidade desde 1997, época em que a escola tinha apenas 5 anos, e posso afirmar o quanto a nossa escola está evoluindo. Quem mora aqui há muito tempo sabe que antes essa escola não era bem aceita pela comunidade por diversas razões, uma realidade que ficou no passado. Cada ano que passa, a escola está conquistando resultados inéditos, destaque em projetos, aumento na nota do Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), demanda sempre crescente no número de estudantes e melhorias no espaço físico”, explicou a gestora Josely.
A diretora destacou a importância do trabalho realizado de forma coletiva. “Desenvolvemos o nosso trabalho com o apoio dos líderes de turmas e estudantes protagonistas, sendo que eles me ajudam a gerir a escola. Eles são os elos que estreitam a relação entre a diretora e os demais alunos, trazendo demandas, críticas, sugestões e elogios, assim criamos um ambiente colaborativo com estudantes cada vez mais engajados e pertencentes ao ambiente escolar”, completou Josely.
A escola transforma vidas
O estudante Mickaell fala de sua realização, sendo uma pessoa ativa e do significado que a escola tem em sua vida. “A escola, na minha vida, significa muito, pois lá eu desenvolvi minhas habilidades sendo realmente protagonista, querendo ajudar. E na Escola Estadual Liberdade não foi diferente, a gestão escolar me acolheu e me deu espaço para seguir realizando projetos e ações dentro da escola que transforma o dia a dia dos alunos que ali estão. A escola e um lugar que amo estar, é onde o meu conhecimento ganha vida, e as oportunidades também chegam para mim. Não tenho dúvida nenhuma de que a escola transforma, pois sou a prova, porque ela vem transformando a minha vida não só nos estudos, mas também como pessoa”, contou Mickaell.
Meliponicultura e Ciências na Escola
Esse foi um projeto que deu tão certo, que trouxe muita projeção para a instituição de ensino. O principal objetivo foi implantar um Meliponário didático na Escola Estadual Liberdade e criar um grupo de iniciação científica para o estudo da biologia, diversidade e taxonomia das abelhas nativas no Tocantins.
Para o desenvolvimento do projeto, a escola contou com a Seduc, que forneceu os recursos para a implantação do meliponário e estabeleceu parcerias com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), Instituto Federal do Tocantins (IFTO-Dianópolis) e Universidade Federal da Bahia (UFBA-BA).
No decorrer do desenvolvimento do projeto, a escola promoveu aulas, oficinas, palestras e minicursos. O meliponário foi instalado num ambiente sombreado e adequado. Nas áreas livres da escola, está sendo cultivado um pasto meliponícula, plantio de frutíferas, construção de pergolados e de diversas plantas que fornecem néctar e pólen.
A estudante Kamilla de Sousa Nascimento fala do quanto o projeto lhe ajudou. “Além de trazer várias oportunidades e experiências, ele nos permitiu repassar o conhecimento para outras pessoas, inclusive para os alunos do 6º ano do ensino fundamental, sobre a importância das abelhas, fazendo com que eles se conscientizem e compartilhem o que aprenderam com os pais. Apresentamos o projeto no Congresso Nacional de Apicultura e Meliponicultura, realizado em São Paulo e na Feira Agropecuário do Tocantins (Agrotins), frisou.
O aluno Arthur Pires Batista Viana, 17 anos, é outro jovem que gostou de participar do projeto. “Foi uma experiência muito boa, porque nos proporcionou várias oportunidades, como visitar a UFT, conhecer professores e outros estudantes. E destaco também que ampliou o meu conhecimento sobre o meio ambiente”, expressou.
A professora Andreia Coêlho ressaltou os resultados alcançados e as evidências. “A avaliação é positiva, pois despertou o interesse dos alunos. Notamos o empenho e a satisfação deles no desenvolvimento das atividades propostas. Quanto ao aprendizado, foi possível observar uma evolução significativa. os alunos demonstraram segurança para tratar e apresentar a temática proposta. Além disso, o projeto foi bem visto por toda a comunidade escolar e foi muito além da Escola Estadual Liberdade. Devido ao projeto Meliponicultura e Ciências na Escola, pela primeira vez, representantes da UFT foram à escola e reconheceram a importância do projeto e demais ações relacionadas à temática ambiental”, explicou.