A cirurgia bariátrica representa um marco na vida de pacientes que lutam contra a obesidade severa, proporcionando uma perda de peso significativa e melhorando a saúde metabólica. No entanto, essa transformação nem sempre vem sem desafios. A rápida redução de gordura pode resultar em um excesso de pele significativo, que vai muito além de uma questão estética – trata-se de um problema de saúde física e emocional.
Segundo o cirurgião plástico Josué Montedonio, a retirada desse excesso de pele não é apenas uma questão de aparência, mas, em muitos casos, uma necessidade médica.
“A flacidez extrema pode causar assaduras, infecções cutâneas recorrentes e até feridas crônicas, principalmente em áreas de dobras, como abdômen, braços e coxas. Além disso, pode comprometer a mobilidade, dificultando a prática de atividades físicas e impactando a qualidade de vida”, explica o especialista.
Além das implicações físicas, o excesso de pele pode ter um impacto profundo na autoestima. Para muitos pacientes, o resultado final da perda de peso não corresponde às suas expectativas, o que pode gerar frustração e insegurança.
“Muitos pacientes relatam dificuldades para usar certas roupas, evitam frequentar ambientes como praias e academias e, em alguns casos, chegam até a desenvolver isolamento social e quadros depressivos”, alerta Montedonio.
A cirurgia plástica pós-bariátrica, também chamada de dermolipectomia, desempenha um papel fundamental na reabilitação desses pacientes. O procedimento ajuda a eliminar o excesso de pele, melhorar o contorno corporal e devolver a funcionalidade ao corpo, permitindo que o paciente desfrute plenamente dos benefícios da cirurgia bariátrica.
“A reconstrução corporal é a etapa final desse processo de transformação. Ela melhora não apenas a estética, mas também a mobilidade e a saúde da pele, proporcionando mais bem-estar e qualidade de vida ao paciente”, reforça o cirurgião.
Por se tratar de um procedimento reparador, e não meramente estético, em alguns casos a cirurgia plástica pós-bariátrica pode ser coberta por planos de saúde, desde que haja uma indicação médica que comprove os riscos à saúde causados pelo excesso de pele.