Os 13 policiais militares réus do caso do ‘Massacre da Paraisópolis’ passam por mais uma audiência de instrução nesta sexta-feira (28), às 10h no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.
Ao todo, 24 testemunhas serão ouvidas pela primeira vez, sendo duas de acusação e as demais de defesa. Foram arroladas 52 testemunhas no processo.
A última audiência do caso ocorreu no dia 17 de maio, e a Justiça ainda não definiu se o julgamento será realizado em júri popular ou não.
A Operação Pancadão, realizada pela Polícia Militar em 1° de dezembro de 2019, resultou na morte de nove jovens com idades de 14 a 23 anos durante o baile da DZ7 na comunidade. Veja o nome das vítimas:
- Gustavo Cruz Xavier, de 14 anos;
- Marcos Paulo Oliveira dos Santos, de 16 anos;
- Dennys Guilherme dos Santos Franco, de 16 anos;
- Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos;
- Luara Victória Oliveira, de 18 anos;
- Gabriel Rogério de Moraes, de 20 anos;
- Eduardo da Silva, de 21 anos;
- Bruno Gabriel dos Santos, de 22 anos;
- e Mateus dos Santos Costa, de 23 anos.
Os policiais entraram na comunidade e cercaram um quarteirão com maior fluxo de pessoas. Na ação foram usadas bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de tiros de balas de borracha, golpes de cassetetes e rajadas de gás de pimenta.
Treze policiais foram denunciados pela operação no baile funk. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que um dos indiciados não integra mais os quadros da Polícia Militar. A corporação aguarda a decisão judicial para decidir quais medidas serão tomadas em relação aos outros envolvidos.
A CNN conversou com Cristina, mãe de Dennys Henrique, adolescente que não era morador da Paraisópolis e só foi ao local para a festa, onde morreu. Ela afirma que é um momento de muita tensão e que espera justiça para seu filho e para as outras vítimas.
“Esperamos que o juiz, com as provas suficientes que estão à disposição dele, não permita que esse caso volte para a justiça militar. Enquanto não tivermos justiça, não vamos conseguir ter paz na comunidade”, afirmou.
O advogado Fernando Capano, responsável pela defesa de 8 dos 13 réus, disse à CNN que tem a expectativa de demonstrar ao magistrado uma ausência completa de responsabilidade dos policiais militares.
“Como a gente insiste desde o início, as inaceitáveis e muito tristes mortes naquela ocasião não ocorreram em razão de qualquer tipo de conduta de qualquer policial militar que participou daquele cenário”, comentou.
Comentários sobre este post