A terça-feira (3/6) começa com neutralidade para os contratos de soja e milho na bolsa de Chicago. Os papéis mais negociados da oleaginosa, de vencimento em julho, valem agora US$ 10,3250 o bushel, com alta de 0,5%. Já os do milho têm alta d e 0,36%, a US$ 4,32 o bushel.
Na avaliação da consultoria Céleres, há espaço para o aumento dos preços do milho, apesar da expectativa de crescimento na área de plantio nos EUA em 5,4%.
“Em um cenário de clima favorável, os preços da soja devem continuar pressionados, apesar da redução gradual de estoques, que ainda se mantêm elevados. Já para o milho, a diminuição dos estoques por dois anos consecutivos e os níveis projetados indicam maior probabilidade de valorização ao longo do ano comercial”, escreveu em relatório.
A relação estoque/consumo global de soja permanece em níveis recordes, segundo a Céleres, enquanto o milho registra os menores níveis dos últimos 12 anos. “Essa dinâmica favoreceu margens mais atrativas para o milho, com a razão de preços entre soja e milho abaixo de 2,30, incentivando o aumento da área plantada do cereal nos EUA”, disse a consultoria.
Para a Céleres, isso é uma oportunidade para o produtor brasileiro, que pode se beneficiar com a soja, devido à esperada redução no potencial de exportação dos EUA. No entanto, os elevados estoques globais limitam a expectativa de preços internos.
Para milho, a pressão de curto prazo sobre os preços locais deve se manter pela expectativa de produção recorde no Brasil e pelo aumento de área nos EUA.
“Ainda assim, a redução esperada da relação estoque/consumo para 2025/26 em níveis historicamente baixos se coloca como um fundamento relevante para sustentação dos preços globais do cereal, mesmo com possível aumento de área e produção nos EUA”, alerta a Céleres.
“Enquanto a safra nos EUA se desenrola, o mercado climático e a geopolítica devem ser os principais drivers de curto prazo para as oscilações em Chicago e para possíveis oportunidades de comercialização no Brasil.”
No que diz respeito ao trigo, a cotação dos papéis mais negociados agora é de US$ 5,49 o bushel, com queda de 0,77%.
Os preços do cereal subiram na última sessão de Chicago, com a manutenção dos problemas para áreas produtoras nos Estados Unidos.
De acordo com a T&F Consultoria Agroeconômica, há previsão de umidade excessiva para os próximos dias no sul do país, que pode atrasar a colheita das variedades de inverno. Além disso, dados de exportação mostram que os EUA têm conseguido competitividade no mercado internacional de trigo.
“Os últimos relatórios de exportação de trigo americano corroboram a expectativa de redução nos estoques finais dos EUA para 2025/26 no relatório mensal que o USDA [Departamento de Agricultura dos EUA] publicará no dia 12 de julho”, destacou a consultoria em boletim diário. No mês de maio, o órgão americano projetou estoques finais no país de 25,12 milhões.