A necessidade de investimentos para contribuir com o crescimento do setor agropecuário, especialmente, em infraestrutura, foi o destaque na cerimônia de abertura da Tecnoshow Comigo 2025, nesta segunda-feira (7/4), em Rio Verde (GO). O evento segue até a próxima sexta-feira (11/4), com projeção de movimentar mais de R$ 10 bilhões.
“Falta infraestrutura para desenvolver áreas com potencial para crescer. Precisamos de espírito público de desenvolvimento do Estado e do país”, ressaltou José Mário Schreiner, presidente do Sistema Faeg/Senar e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em discurso durante o evento, realizado no recinto de exposições e transmitido via internet.
Durante a abertura, governo do Estado de Goiás e a Cooperativa Comigo assinaram um protocolo de intenções, no valor de R$ 158 milhões, para a execução de um complexo de obras de estrutura viária no município de Rio Verde (GO). Os recursos são oriundos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra).
Para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o modelo de regime associativo para ampliar a área logística de Goiás – como foi o assinado no evento – é um marco na superação das dificuldades burocráticas. “Espero que outras empresas captadoras do Fundeinfra possam aderir a esse novo regime associativo”, afirmou, lembrando que novos projetos estão em avaliação.
Caiado reforçou o potencial de Goiás – terceiro maior produtor de grãos do país – de plantar uma terceira safra agrícola, com irrigação: “investimos em inovação e em tecnologia, para que as melhorias cheguem a cada município do Estado”.
Para Schreiner, a Tecnoshow traz para o setor a oportunidade de discutir problemas, mas também soluções, destacando a importância do evento para a divulgação de tecnologia avançada para o agro: “a cooperativa é indutora de desenvolvimento da região”.
Antonio Chavaglia, presidente do Conselho de Administração da Comigo, destacou os 50 anos da cooperativa e a importância da feira para o Centro-Oeste, com 695 expositores e expectativa de público de 150 mil pessoas – números 10% superiores aos da edição de 2024.
“Tudo isso tem por objetivo a geração de negócios. Que os produtores possam corresponder, fazendo cada um a sua análise, de gestão e aquisição de implementos”, comentou.
Cooperativismo
Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), lembrou a força econômica do segmento, com faturamento de mais de R$ 700 bilhões em 2024. “O cooperativismo é capaz de mitigar os efeitos de crise. Onde tem cooperativa forte, tem IDH superior e mais do que desenvolvimento econômico, tem prosperidade”, afirmou.
Ele também salientou que a meta da OCB, até 2027, é ampliar o faturamento do setor cooperativista para R$ 1 trilhão, alcançando 30 milhões de cooperados.
O presidente da OCB Goiás, Luiz Alberto Pereira, apontou dificuldades para o setor do agro como juros altos, custos elevados, infraestrutura inadequada, problemas climáticos, falta de crédito e o tarifaço americano – “que não sabemos os reflexos e como iremos nos posicionar” -, e frisou a iniciativa da Comigo em oportunizar debates e a troca de informações para o crescimento do setor: “a feira mitiga um pouco esses problemas, viabilizando acesso a novas tecnologias e conhecimento”.
A agricultura regenerativa desenvolvida na região foi lembrada pelo presidente executivo da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Edwal Freitas Portilho. “É um desafio extraordinário de transformar o solo e produzir alimentos, tão necessários para o mundo. Temos que explicar ao mundo que o Cerrado não pratica agricultura que traz retrocesso à natureza, temos plantio direto, áreas preservadas e nossos povos originários são cuidados”.