Em seu segundo levantamento sobre a safra brasileira de cana-de-açúcar em 2024/25, divulgado nesta quinta-feira (22/8) a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrou-se mais otimista e indicou uma produção de 689,8 milhões de toneladas, 4 milhões mais que o estimado em abril. Se o volume se confirmar será o segundo maior da história, perdendo apenas para a temporada passada, quando foram colhidas 713,2 milhões de toneladas.
Com uma estimativa de 8,63 milhões de hectares plantados, crescimento de 3,5% em relação ao ciclo 2023/24, a redução geral se dá pela perspectiva de uma produtividade média 6,6% menor nesta temporada, com 79.953 quilos por hectare.
“Os baixos índices pluviométricos aliados às altas temperaturas registrados na região Centro-Sul do país são os principais fatores que devem reduzir a produção em relação à safra passada”, disse a Conab, em relatório.
Responsável por 64,2% da produção de cana no país, a região Sudeste tem uma colheita estimada em 442,8 milhões de toneladas, queda de 5,6% em comparação à safra 2023/24, com a maior redução, de 27,22 milhões de toneladas, observada em São Paulo. A produtividade média da região apresentou uma redução significativa, chegando a 82.879 quilos por hectare, 9,9% inferior que o registrado em 2023/24, reflexo do forte déficit hídrico.
Para a região Centro-Oeste, a estimativa é de uma safra de 149,17 milhões de toneladas, alta de 2,8% quando comparada com o ciclo passado.
As áreas produtoras de cana no Norte e Nordeste do país acompanham o movimento de alta na produção registrada no Centro-Oeste. Mas nessas duas regiões, além do aumento de área, a Conab verificou também um incremento nas produtividades médias das lavouras. No Nordeste a estimativa de produção de cana-de-açúcar ficou em 59,62 milhões de toneladas, crescimento de 5,6% em relação à obtida na safra anterior, enquanto que no Norte é esperada uma produção de 4,04 milhões de toneladas, alta de 2,6% quando comparada com 2023/2024.
Já no Sul, a região deve produzir 34,21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução no volume obtido no ciclo anterior em razão da estimativa de menor produtividade e área.
Açúcar
Com cerca de 50% da estimativa de produção de cana-de-açúcar colhida, a Conab verificou a manutenção da maior destinação da matéria-prima para a fabricação de açúcar. A produção para o adoçante foi estimada em 46 milhões de toneladas, acréscimo de 0,7% ao obtido na safra anterior, mas levemente menor que o estimado no primeiro relatório de 46,9 milhões de toneladas.
Etanol
Já a produção de etanol de cana deve cair 4,1% em relação a 2023/24, sendo estimada em 28,47 bilhões de litros. O volume, porém, é 4,3% superior ao estimado pela Conab em abril.
“A menor destinação da cana para a produção do combustível é explicada pelas condições mercadológicas mais favoráveis para o açúcar, além da menor produção da matéria prima nesta safra”, afirmou a Conab.
Para o etanol derivado de milho, a estimativa foi de um crescimento de 17,3% na produção, para 6,94 bilhões de litros. Com esse número, o etanol de milho tornar-se-a responsável por 20% da produção total de combustível no país, estimada em 35,41 bilhões de litros.