As savanas do Cerrado, na região central do Brasil, tiveram um aumento de 221% na área queimada em agosto deste ano, com mais de 1,2 milhão de hectares atingidos, o que equivale a mais de duas vezes o tamanho do Distrito Federal.
O bioma do Cerrado, é um dos maiores do Brasil e da América do Sul, característico da Região Centro-Oeste, também está presente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Roraima e Amazonas.
Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (18) pelo Monitor do Fogo, coordenado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o maior aumento foi registrado nas formações florestais do bioma, com alta de 410% no último agosto. A área queimada neste tipo de vegetação foi de 96.533 hectares contra 18.910 hectares queimados no mesmo mês de 2023.
Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam, aponta que o aumento das queimadas florestais pode estar relacionado à intensificação das mudanças climáticas e ao desmatamento, que fragilizam estas áreas e aumentam sua vulnerabilidade ao fogo.
Em 2024, a área queimada no Cerrado foi 95% maior do que o habitual para o mês, comparado com os últimos 5 anos, apresentando um aumento de 177% na área queimada, marcando o auge da seca no Cerrado.
O fogo em áreas de vegetação nativa têm como consequência impactos ambientais e sociais na região, com efeitos que podem acarretar em crises de seca e falta d’água no país, já que o Cerrado abriga nascentes que abastecem rios da Amazônia, Pantanal, Caatinga e da Mata Atlântica.
Ane também acrescenta que “o Cerrado é o coração das águas do Brasil, se o perdermos, estamos arriscando o abastecimento hídrico do país e colocando em xeque vidas humanas e da biodiversidade”.
Os estados de Mato Grosso e Tocantins foram os mais atingidos pelos incêndios, com destaque para os municípios de Barra do Garças, Nova Nazaré e Campinápolis, em Mato Grosso, e Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia e Pium, no Tocantins.
Veja abaixo:
*Sob supervisão de Bruno Laforé