A Polícia Federal prendeu sete pessoas suspeitas de atuar para o PCC em São Paulo, em operação na manhã desta terça-feira (17).
Entre os presos estão o delegado Fábio Baena e Eduardo Monteiro, além de outros dois policiais civis não identificados. O policial Rogério de Almeira Felício também é alvo de um pedido de prisão e é considerado foragido.
Os cinco agentes foram delatados por Vinicius Gritzbach, empresário ligado ao Primeiro Comando da Capital, que foi morto no dia 8 de novembro no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os outros três presos nesta terça são civis.
A ação de hoje partiu do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC, inclusive do assassinato de Gritzbach.
A CNN tenta contato com a defesa de todos os envolvidos. Em nota, a defesa de Fábio Baena e Eduardo Monteiro diz estar “indignada” com as prisões, ressaltando que “não possuem necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante”.Play Video
Veja quem é Fabio Baena, delegado da Polícia Civil de SP preso suspeito de envolvimento com o PCC.
A defesa constituída do Delegado de polícia Dr. Fábio Baena Martin e do investigador Eduardo Monteiro, INDIGNADA, esclarece que a prisão hoje cumprida não possui necessidade, idoneidade e se constitui em arbitrariedade flagrante.
Inadmissível no Brasil se banalizar o direito à liberdade, decretando-se prisão midiática, sem contemporaneidade, e o mais grave, por fatos que já foram investigados e ARQUIVADOS pela Justiça, por recomendação do próprio Ministério Público. A palavra pueril de um mitômano, sem qualquer elemento novo de prova, não poderia jamais motivar medida tão excepcional, afrontando o status dignitatis e libertatis dos nossos constituídos.
Esclareça-se também que ambos compareceram espontaneamente para serem ouvidos e jamais causaram qualquer embaraço às repetidas investigações.
Ademais, a defesa denuncia o gravíssimo fato que não se deu o Direito e oportunidade ao Delegado Baena contactar seus advogados avisando de sua prisão e do cumprimento do mandado de busca, o que somente reforça a ilegalidade denunciada. A defesa está tomando todas as medidas para fazer cessar, imediatamente, a coação espúria constatada.
Entenda a operação
A Operação Tacitus desta terça é realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil de SP.
A investigação iniciou a partir de análise de provas obtidas em diversas investigações policiais que envolveram movimentações financeiras, colaboração premiada e depoimentos.
A apuração revelou o modo complexo que os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses da organização criminosa.