O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou à imprensa, nesta quarta-feira (26), que “ama inflação baixa”. A declaração acontece após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmar a meta de inflação em 3% com a tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos.
O governo também publicou nesta quarta o decreto para adotar a meta de inflação contínua e substituir o sistema de ano-calendário para o cálculo do alvo a ser perseguido pelo Banco Central (BC). O novo sistema passa a valer a partir de janeiro de 2025 e a metodologia será aplicada para a meta de 2027.
“Eu amo inflação baixa. O povo brasileiro ama inflação baixa. O povo brasileiro quer inflação baixa, porque isso significa dinheiro no bolso”, disse.
Lula lembrou como era quando o Brasil vivia tempos de hiperinflação décadas atrás. “Nenhum de vocês conhece a inflação como eu. Porque eu vivi dentro de uma fábrica com inflação de 80% ao mês”, lembrou.
“Eu recebia o meu pagamento no dia 10. Eu corria de noite para um atacadista para comprar excesso de papel higiênico, excesso de óleo de soja, excesso de tudo que não fosse perecível. Porque, se eu não comprasse, o meu salário desaparecia com a inflação de 80% ao mês”, afirmou.
Em fala a jornalistas, Lula disse não ser possível “gastar dinheiro à toa” e reforçou ser uma discussão que acontece com tranquilidade dentro do governo sem “arroubos”.
“Nós estamos estudando para saber onde é que tem excesso, o que aconteceu de mais, você não pode ficar chutando”, declarou.
Nisso, Lula citou que deve haver uma compensação financeira para a desoneração a 17 setores da economia e parcela dos municípios brasileiros. O presidente disse não ser contra a desoneração, mas cobrou uma contrapartida.
Ele disse ainda não ter visto as sugestões tratadas nesta terça (25) entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e integrantes da equipe econômica.
“A responsabilidade de apresentar a compensação, eu falei para o Haddad: não é mais do Haddad, agora é do Senado e dos empresários. Obviamente que nós estamos dispostos a fazer alguma coisa para que o país não fique tensionado”, disse.
“Nós não queremos atrapalhar ninguém, mas o que nós queremos é o seguinte: o governo não pode ficar só abrindo mão de receita”, finalizou.
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