Ao comentar sobre a estátua “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti, que fica na frente do prédio do STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro da Suprema Corte, Flávio Dino, disse que ela ainda não “saiu correndo, porque não pode”.
“Essa pobre dessa estátua só não saiu correndo porque ela não pode, porque ela já recebeu pedra, já recebeu pichação, já recebeu bomba. Todo dia vai um lá vaiar a estátua, dizendo que é encarnação do mal, do demônio, do satanás, faz exorcismo na pobre da estátua e ela não pode sair correndo e ainda tem que ouvir esse tipo de posição nitidamente externada”, disse o magistrado ao participar de um evento no Tribunal de Justiça do Maranhão.
Como resposta à essa “posição” citada, o ministro disse que o momento pede uma reação.
“O que nós temos que fazer? Tudo, menos buscar a comodidade que é um impulso primário do ser humano. (…) Hoje, se contrapor à essa ideia é tão duro quanto a realidade da estátua só que nós não somos feitos de pedra”, continuou.
“Perdeu, mané”
A estátua se tornou um símbolo ainda mais conhecido pela população brasileira depois dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro.
Durante a invasão à sede dos três poderes, os manifestantes subiram em cima da estrutura e, uma delas, Débora Rodrigues, chegou a escrever com batom a frase “perdeu, mané” na estátua.
A frase foi dita pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, durante uma conferência em Nova York depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), perdeu a eleição em 2022.
A mulher, que posteriormente ficou conhecida como “Débora do batom”, foi condenada a 14 anos de prisão, além do pagamento de uma multa de R$ 50 mil por participação nos atos daquele 8 de janeiro de 2023.
Bomba
Um outro caso que ganhou bastante repercussão, foi a morte de Francisco Wanderley Luiz, no final do ano passado.
Ele detonou artefatos explosivos na Praça dos Três Poderes, bem em frente à estátua da Justiça.
Em imagens de câmeras de segurança, é possível ver Francisco arremessando explosivos na escultura e, posteriormente, fugindo de um agente de segurança.
Outros objetos explosivos são arremessados. Por fim, o homem acende o que seria uma bomba e deita no chão. Após a explosão, mais pessoas saem do prédio do STF e observam a cena.
Pouco após a confirmação da explosão, as autoridades confirmaram que Francisco Wanderley estava morto.