O presidente designado da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, negou nesta sexta-feira (1º) qualquer possibilidade de mudança de cidade-sede da conferência do clima da ONU, mesmo após a cobrança de países em desenvolvimento por preços elevados de hospedagem em Belém (PA), onde o evento está previsto para novembro.
Em coletiva com jornalistas estrangeiros, à qual a CNN teve acesso, Corrêa do Lago disse que o problema não é de infraestrutura, mas sim de preço. “Acreditamos que haverá acomodação suficiente. O que temos é uma questão de preço, não de número de acomodações”, afirmou. Segundo ele, o governo federal trabalha em cooperação com autoridades locais para encontrar soluções. “Acredito que respostas satisfatórias serão dadas pelo grupo que está lidando com esse tema.”
O embaixador reforçou que o governo brasileiro já respondeu a outras preocupações levantadas anteriormente sobre saúde, segurança e transporte. “Sempre que há uma preocupação, conseguimos responder. Agora o tema é o custo da hospedagem, e também vamos responder a isso”, disse.
Corrêa do Lago afirmou que há “preocupações extremas” com os preços, mas minimizou o risco de impacto na representatividade da conferência. “Reduzir delegações não é o que o Brasil deseja. Precisamos de uma COP intensa e produtiva. Vamos garantir que esse único ponto levantado, que é o preço dos hotéis, possa ser superado para que todos possam vir a Belém.”
Para o embaixador, a capital paraense continua sendo o local adequado para o evento. “Belém é uma cidade absolutamente maravilhosa. Vai encantar todos que vierem. E vamos garantir que essa questão pontual seja resolvida”, declarou.
A CEO da COP30, Ana Toni, também participou do encontro com a imprensa internacional. Segundo ela, a conferência mantém papel central no calendário climático, apesar da multiplicação de eventos paralelos ao longo do ano. “A COP é a COP. É o lugar onde esperamos os grandes anúncios de governos subnacionais e do setor privado. Vai ser uma grande COP”, disse.
A pressão por parte de países em desenvolvimento ganhou força após uma reunião do Bureau da Convenção do Clima, que expôs preocupações com tarifas consideradas “extorsivas” por parte da rede hoteleira local. Em resposta, o governo brasileiro já iniciou a implementação de um plano de acomodação escalonado.
Em nota enviada à CNN, a Secretaria Extraordinária da COP30 reiterou o compromisso com a realização de uma conferência “ampla, inclusiva e acessível”. De acordo com o governo, nesta etapa, o foco está nas delegações que participarão das negociações oficiais. “Atualmente, estão disponíveis 2.500 quartos individuais com tarifas fixadas entre 100 e 600 dólares”, afirma o comunicado.