Casos graves de engasgo podem levar à morte em minutos. Dados mostram que essa é a causa da morte de, aproximadamente, 3 mil pessoas por ano, só no Brasil. As principais vítimas são crianças e idosos. Por isso, é fundamental conscientizar a população sobre riscos, prevenção e socorro — esse é o tema do “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” que exibido neste sábado (8).
Para falar sobre o assunto, o Dr. Roberto Kalil recebe a fonoaudióloga Monica Bretas, especialista em disfagia e voz, e o cardiologista Sérgio Timerman, especialista em emergências médicas. A ideia é alertar sobre os riscos do engasgo e mostrar como realizar técnicas de desengasgo com segurança — como a Manobra de Heimlich, utilizada por uma influenciadora para salvar seu bebê de 2 meses, em caso recente que viralizou nas redes sociais.
Os especialistas explicam que as crianças e os idosos são as principais vítimas do engasgo. No primeiro caso, objetos pequenos, como moedas e brinquedos, podem representar perigo. Já entre os mais velhos, os fatores de risco são as dificuldades de deglutição comuns ao envelhecimento.
“Se você pegar, o número de pessoas que vão a um pronto-socorro, crianças, de uma certa idade, é o maior número de internações. Acima de 65 anos, é uma das mais frequentes internações em pronto-socorro. Ou seja, o engasgo, quando severo pode matar”, explica Timerman.
Os especialistas explicam, ainda, que o número de mortes e complicações por engasgo é subnotificado. “Muitas pessoas sofrem o engasgo, são socorridas e são levadas ao hospital, elas vão ficar um tempo internadas e vão a óbito, e no atestado de óbito, a causa não é engasgo”, explica Bretas.
Em casos que o engasgo não leva à morte, podem surgir sequelas, dependendo da demora no tempo de socorro. “Com até quatro minutos você não tem nenhuma possibilidade de ter um problema neurológico, ou possibilidade mínima. A partir do quarto minuto, a possibilidade é muito grande. Acima de 6 minutos, a possibilidade de você ter um problema neurológico é muito grande. Em menos de 10 minutos, a pessoa está morta se não fizermos nada”, explica Timerman.
Importância da conscientização
Os especialistas também reforçam a importância de levar mais informações sobre o engasgo para a população, incluindo formas de prevenção e de socorro.
Para os pequenos, brinquedos pequenos, moedas e bexigas oferecem grandes riscos, que não devem ter acesso a esses objetos sem a supervisão de adultos. Monica alerta especialmente para bexigas. “As crianças colocam na boca, ela estoura e entra direto, a criança aspira”, explica. “Existe uma medida que a gente usa. Tudo que passa no buraco de um rolo de papel higiênico você não deixa perto de uma criança sem supervisão”, acrescenta Monica. No caso de idosos, até mesmo próteses dentárias podem trazer problemas.
Mas como socorrer alguém em caso de engasgo? “O principal é chamar por socorro”, afirma Sérgio. Saber realizar a manobra de Heimlich pode ser a diferença entra a vida e a morte. “Ela é eficaz em até 83% dos casos”, diz.
Durante o programa, os dois especialistas realizaram simulações para ensinar como deve ser feito o procedimento para desengasgar alguém.
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