As chuvas no Rio Grande do Sul podem puxar um freio na economia brasileira e fazer com que ela tenha um crescimento de 0,3 ponto percentual menor que o esperado, segundo estimativas do Santander.
Em relatório especial do banco sobre os impactos econômicos das enchentes no RS, o banco de origem espanhola fez perspectivas para três cenários potenciais: um no qual a indústria gaúcha desacelera 10%, um segundo a 15% e o terceiro em 20%.
Para estes panoramas, o impacto negativo no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode ser de, respectivamente, 0,15 p.p., 0,22 p.p. ou 0,3 p.p.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dispostos no relatório, a indústria gaúcha representa 6,6% do PIB nacional.
Apesar de notar um impacto geral nos setores da economia do RS, o Santander destaca que os danos para a indústria podem ser os mais significativos por conta da “destruição de imóveis [e maquinário] que pode levar à queda da produção industrial do estado” e “eventos similares em que interrupções à atividade industrial geraram efeitos de longo prazo”.
Os “eventos similares” adotados como parâmetro foram as enchentes de 2011 em Santa Catarina e o desastre de Brumadinho em 2019, que levaram a desaceleração da indústria em, respectivamente, 11,3% e 12,7%.
Apesar de apresentarem impactos menores, a proporção da magnitude da catástrofe climática no RS faz com que a margem pessimista seja maior.
Até esta terça-feira (14), 446 municípios foram afetados no Rio Grande do Sul, segundo balanço do governo estadual. Isso significa que cerca de 90% do estado foi afetado.
Quando volta essa perspectiva para a indústria, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) destaca que 95% dos estabelecimentos industriais do estado foram afetados pelas enchentes.
Além disso, foram impactados 96% dos empregos industriais, 97% das exportações da indústria de transformação e 97% da arrecadação de ICMS com atividades industriais.
A conclusão da Fiergs é que o potencial impacto das cheias é “avassalador”, com perdas “inestimáveis” até o momento.
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