A Polícia Militar de São Paulo vai implementar reconhecimento facial e leitura de placas nas câmeras corporais dos policiais, com o objetivo de ampliar a tecnologia das bodycams e contribuir com as atividades policiais em combate aos crimes.
De acordo com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), a PM já havia concluído a terceira fase de envio das novas câmeras com 8.123 equipamentos distribuídos em 48 delegacias do estado. Nesta nova fase, o número total de câmeras distribuídas será de 12 mil, em todo o território paulista.
Além disso, há a previsão de um acréscimo de outras 3 mil câmeras em um aditivo contratual.Play Video
As novas câmeras serão mais modernas e dotadas de novas funcionalidades, contando com “tecnologia de reconhecimento facial, leitura de placas, maior autonomia de bateria e melhor capacidade de conectividade”, informou a SSP.
A intenção é apoiar as ações dos PMs pensando na restrição da mobilidade criminal e no aumento da probabilidade de prisão de criminosos.
Acordo no STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso homologou no dia 8 de maio o documento que amplia o uso obrigatório de câmeras corporais. Após o acordo firmado no STF, a Polícia Militar começou a equipar quase 3 mil novas câmeras corporais a partir do mês de junho.
Segundo a PM, o fornecimento ocorre “com foco em regiões de maior risco, conforme matriz técnica elaborada pela corporação”.
A medida prevê um termo aditivo no contrato firmado entre o governo de São Paulo e a empresa Motorola para aumentar o número de câmeras corporais em 25%, totalizando 15.000 equipamentos.
O Ministério Público Federal (MPF) também defendeu o uso obrigatório de câmeras corporais por policiais de todo o Brasil. O documento foi encaminhado ao Ministério da Justiça, aos governadores e aos procuradores-gerais de Justiça de todos os estados.
Acionamento remoto
A Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo se comprometeu a implementar o acionamento remoto das câmeras corporais, por meio do Centro de Operação da Polícia Militar (Copom) quando:
- A ocorrência for despachada;
- O policial comunicar uma ocorrência à central de operações;
- Em situações obrigatórias (acesso a comunidades vulneráveis e em caso de ataques contra policiais).
Conforme o acordo, o estado de São Paulo se compromete a colocar à disposição tecnologia que permita a reativação automática da câmera caso, ao longo da ocorrência, o policial interrompa manualmente a gravação. Nesse caso, o equipamento será reativado em até um minuto, garantindo que as imagens não sejam perdidas.
Antes da implementação definitiva, 120 equipamentos foram testados em São José dos Campos na fase chamada Operação Assistida, iniciada em janeiro deste ano.
Como funcionam as novas câmeras
Diferente dos modelos anteriores, que exigiam ativação manual, as novas bodycams são integradas ao sistema de emergência 190. Assim, quando um chamado é registrado e a viatura despachada, as câmeras dos policiais envolvidos são acionadas automaticamente.
Segundo Rodolfo Gomes, diretor de soluções de vídeo da Motorola Solutions, esse sistema evita que o policial precise ativar o equipamento durante a ocorrência.
Outra mudança importante é que o equipamento não pode ser desligado manualmente e continua gravando até que a ocorrência seja oficialmente encerrada no centro de comando. Isso impede desligamentos acidentais ou intencionais durante uma ação policial.