Um estudo Demografia Médica no Brasil 2023, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), revela a carência de médicos e especialistas no Tocantins, onde a relação médico/habitante é de 2,56 para cada 1.000 moradores, abaixo da média nacional de 2,69.
A projeção para 2035 aponta crescimento para 3,36, mas ainda abaixo da média nacional estimada de 4,43. Visando contribuir na formação dos médicos e suprir essa demanda, a Afya inaugurou em Palmas sua mais nova unidade de Educação Médica, oferecendo cursos de pós-graduação em especialidades com carência de profissionais no estado.
Os médicos que atuam no Estado já podem buscar especialização em pediatria, psiquiatria, ultrassonografia, dermatologia e medicina intensiva. As aulas são presenciais, realizadas uma vez por mês, em Palmas e buscam formar profissionais capacitados para atuar em áreas críticas da saúde regional. Em breve outros cursos serão adicionados ao catálogo.
A escolha dos cursos passa muito pela demografia médica da região. Outro dado relevante é a baixa razão especialista/generalista, com índice de 1,07, inferior à média nacional de 1,65 e da região Norte (1,34). Tocantins supera apenas os estados do Maranhão (1,05), Acre (1,00), Rondônia (0,98) e Amapá (0,68).
No Brasil, há 91,88 pediatras por 100 mil habitantes, enquanto no Tocantins o número cai para 57,49. Em áreas como psiquiatria, dermatologia e medicina intensiva, a desigualdade é ainda mais acentuada: a média nacional conta com 6,84 psiquiatras, 5,36 dermatologistas e 8,09 intensivistas por 100 mil habitantes, comparados a apenas 3,11 psiquiatras, 2,6 dermatologistas e 1,30 intensivistas no estado. Esses números reforçam a urgência de ampliar a formação de especialistas para atender à população e minimizar os impactos dessa carência no sistema de saúde estadual.
Segundo Patrícia Muniz Faria Monteiro, Gerente de Unidade de Educação Médica da Afya no Tocantins, as áreas priorizadas pela instituição são definidas com base nas principais demandas de saúde da região. Entre elas estão as doenças endêmicas e infecciosas, como malária, dengue e outras enfermidades tropicais, que exigem formação especializada em infectologia e no tratamento de doenças tropicais para garantir diagnóstico e manejo adequados.
A saúde da mulher e da criança também recebe atenção especial, com foco em ginecologia, obstetrícia e pediatria. Segundo Patrícia, o objetivo é “garantir assistência integral no pré-natal, segurança no parto e acompanhamento infantil de qualidade, contribuindo para a saúde da família como um todo”.
Além disso, a instituição investe na capacitação em doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares, que têm alta prevalência no Brasil e requerem profissionais qualificados para o acompanhamento contínuo e manejo eficaz.
Outro destaque é a crescente demanda por profissionais voltados para a saúde mental, área que, conforme Patrícia, “ganhou ainda mais relevância em cenários de pandemia, crises sociais e desigualdades, evidenciando a necessidade de especialistas em psiquiatria, psicologia e outros cuidados relacionados à saúde mental”.
Durante o curso, os alunos da Afya têm contato com casos clínicos reais desde os estágios iniciais da pós-graduação. Nesse contexto, eles avaliam sintomas, elaboram históricos médicos, desenvolvem diagnósticos diferenciais e participam de discussões clínicas.
Interessados nos cursos de especialização da Afya podem entrar em contato pelo site oficial ou pelo telefone (63) 7400-4528.