As abelhas são indispensáveis: polinizam plantas, ajudam na produção de alimentos e ainda fornecem mel, própolis e outros produtos importantes. Mas nem toda abelha traz benefícios quando chega a um novo ambiente. É o caso da mamangava europeia (Bombus terrestris), espécie invasora que começou a ser monitorada na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai.
A ação é liderada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Estado, que alerta para os riscos que a presença dessa espécie pode trazer às abelhas nativas e ao equilíbrio ambiental do bioma Pampa.
Embora seja considerada uma boa polinizadora, a Bombus terrestris representa uma séria ameaça à biodiversidade local. Segundo a Secretaria da Agricultura, a espécie pode competir por recursos alimentares com as mamangavas nativas, transmitir doenças e patógenos, prejudicar a produção de mel e até levar à extinção de espécies nativas em determinadas regiões.
Essas são algumas das razões que tornam as espécies exóticas invasoras uma das principais causas diretas de perda de biodiversidade e extinção de espécies, ao lado das mudanças climáticas e da destruição de habitats.
Como funciona o monitoramento
Para fazer o monitoramento das mamangavas na região, a estação de Hulha Negra, que faz parte do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), implantará cultivos de leguminosas, como feijão, ervilhaca e cornichão, plantas com flores que atraem essas abelhas. O plantio será planejado para garantir flores em diferentes períodos do ano, permitindo o acompanhamento contínuo da diversidade e abundância das espécies nativas.
Além disso, a Seapi orienta que, caso alguém aviste essa espécie no Brasil, a recomendação é não capturá-la nem eliminá-la. O ideal é tirar uma foto, preferencialmente registrando também a coordenada geográfica, e encaminhar para a DDPA, pelo e-mail museu.ento.rgc@gmail.com.