O governo dos Estados Unidos revogou nesta segunda-feira (22/9) o visto de entrada ao país do advogado-geral da União, Jorge Messias. A informação foi dada, inicialmente, pela agência de notícias Reuters via fontes do governo Trump e, em seguida, confirmada por Messias.
“As mais recentes medidas aplicadas pelo governo dos EUA contra autoridades brasileiras e familiares, agrava um desarrazoado conjunto de ações unilaterais, totalmente incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução de relações diplomáticas e econômicas edificadas ao longo de 200 anos entre os dois países”, afirmou Messias, em nota.
Segundo ele, “diante desta agressão injusta, reafirmo meu integral compromisso com a independência constitucional do nosso Sistema de Justiça”.
De acordo com a Reuters, fontes de Washington também afirmam que haverá a suspensão de vistos de outras cinco autoridades brasileiras, as quais ainda são desconhecidas. Até a última atualização da reportagem, não foram revelados quem seriam esses outros nomes com bloqueio de visto. A Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro e o governo dos EUA também ainda não confirmam a informação até o momento.
Em julho, o governo de Donald Trump já havia anunciado a suspenção d visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e de outros sete ministros da Corte. O anúncio se deu em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ação da trama golpista. Bolsonaro acabou condenado, com uma pena de 27 anos e 3 meses.
Veja abaixo quem já teve o visto bloqueado, de acordo com autoridades norte-americanas:
- Luis Roberto Barroso, o presidente do STF;
- Edson Fachin, vice-presidente e que deve assumir a Corte em 29 de setembro;
- Cármen Lúcia;
- Cristiano Zanin;
- Dias Toffoli;
- Flavio Dino; e
- Gilmar Mendes.
Além dos ministros da Corte, o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, também teve seu visto bloqueado, de acordo com autoridades da Casa Branca.
Esposa de Moraes alvo da Magnitsky
Nesta segunda (22/9), a esposa de Moraes, Viviane Barci de Moraes, foi alvo da lei Magnitsky, também já aplicada contra o ministro.
As medidas foram publicadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, responsável por administrar e aplicar programas de sanções, e também no site do Departamento do Tesouro dos EUA. Um instituto da família do ministro, o Lex Instituto de Estudos Jurídicos, também consta entre as entidades sancionadas pelo governo Trump.