O dólar encerrou o pregão da segunda-feira (21) em queda de 0,4%, cotado em R$ 5,5651 na venda.
Desde o dia do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conta o Brasil, a divisa norte-americana acumula alta de 1,118%, tendo tocado patamares ainda mais elevados que o deste começo de semana no meio tempo.
A possibilidade de investidores terem se beneficiado da crise utilizando informações privilegiadas – o que é crime – levou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes a acatar um pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) para investigar a suspeita de insider trading.
A AGU peticionou no sábado (19) uma “notícia de fato” no Supremo solicitando que fosse investigado possível uso indevido de informações privilegiadas para compra e venda de dólares antes do anúncio da tarifa.
A Advocacia-Geral apurou que há indicações de que transações cambiais ocorreram em volume significativo horas antes do anúncio oficial das novas tarifas, o que sugere o insider trading.
O dia do tarifaço
No dia 9 de julho, o dólar abriu o dia em leve alta, na faixa dos US$ 5,44, segundo histórico da plataforma Refinitiv.
Durante a tarde, a divisa foi acumulando alta com a negociação sendo marcada pela tensão dos investidores em torno de um anúncio dado por Trump após as 14h: “o Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom. Vamos divulgar um dado sobre o Brasil, acredito, no final desta tarde ou amanhã de manhã”.
A divisa norte-americana encerrou aquele dia em alta de 1,05%, a R$ 5,50359 na venda. Até então, nenhum novo anúncio.
Mas, como sinalizado pelo próprio presidente dos Estados Unidos, a notícia veio no final daquela tarde: por volta das 17h20, o republicano confirmou a tarifa de 50% contra os importados brasileiros.
Já nas cotações pós-mercado, o dólar futuro ainda era cotado em R$ 5,5137 às 17h17. A divisa então dispara a R$ 5,60 por volta das 17h30.
Antes disso, o dólar vinha de um dia de queda em 8 de julho, quando baixou 0,63%, a R$ 5,4466 na venda; e de um recuo de 0,44% na semana anterior.