A partir de setembro de 2026, todas as escolas de ensino Fundamental e Médio do Reino Unido deverão oferecer aulas obrigatórias voltados ao combate da misoginia. A medida faz parte do pacote de novas diretrizes educacionais divulgadas nesta terça-feira (15) pelo Ministério da Educação britânico.
Na prática o conteúdo será uma atualização do RSHE (sigla em inglês para educação em relacionamentos, sexo e saúde), mas com foco na conscientização dos jovens sobre a crescente disseminação de discursos misóginos na internet e o crescimento do movimento “incel”.
A nova proposta, segundo o ministério, não busca estigmatizar os adolescentes, mas oferecer modelos positivos de masculinidade e fortalecer o pensamento crítico diante de conteúdos nocivos. Dados do Ministério da Educação mostram que 54% dos jovens britânicos entre 11 e 19 anos afirmam já ter ouvido ou visto comentários misóginos.
Além de abordar o ódio virtual, as escolas britânicas deverão tratar de temas como inteligência artificial, manipulação digital (os chamados “deepfakes”) e a ligação entre pornografia e misoginia.
Conforme as diretrizes, os professores receberão treinamento adequado para trabalhar com esses tópicos sensíveis em sala de aula. A meta é implantar o programa em todas as escolas até setembro de 2026.
Em março de 2025, o primeiro-ministro Keir Starmer sugeriu em fala no Parlamento que a série “Adolescência”, da Netflix, deveria ser exibida nas escolas por mostrar os efeitos tóxicos dos discursos masculinistas nas redes sociais.