O Mundial de Clubes de 2025, o primeiro com 32 equipes, chegou ao fim neste domingo (13) com vitória do Chelsea sobre o PSG por 3 a 0, em partida disputada no MetLife Stadium, em Nova Jersey.
Além do título inédito da equipe inglesa, o torneio serviu como um teste prático para a Fifa em relação à organização da próxima Copa do Mundo, que será disputada em 2026 nos Estados Unidos, Canadá e México.
Com 104 partidas previstas — um aumento considerável em relação às 64 disputadas no Catar em 2022 —, a edição de 2026 será a maior da história, com 48 seleções. A ampliação do formato no Mundial de Clubes foi uma forma de antecipar desafios operacionais que devem surgir no torneio global do próximo ano.
“Foi um ensaio geral para a Fifa”, avaliou Alan Rothenberg, ex-presidente da Federação de Futebol dos EUA e responsável pela organização da Copa do Mundo de 1994. “Houve erros e problemas no início, mas, agora, a Fifa ganhou experiência sobre como organizar um torneio em diversas cidades de um país tão grande como os EUA”.
Entre as principais críticas estiveram as condições dos gramados, a logística de deslocamento e o calor extremo — com jogos sob temperaturas superiores a 29°C e arquibancadas ora lotadas, ora vazias.
A entidade global de jogadores, a FIFPRO, alertou para os riscos à saúde dos atletas, e o meia Enzo Fernández, do Chelsea, chegou a classificar o calor como “muito perigoso”.
Diante das reclamações, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, reconheceu os problemas e afirmou que mudanças já estão previstas para 2026.
“Cada crítica recebida é um ponto de análise. A questão do calor é real e estamos atentos a isso”, disse. Segundo ele, os jogos da Copa usarão estádios com cobertura e climatização — como os de Atlanta, Dallas, Houston e Vancouver —, além de pausas para hidratação e cuidados com o gramado.
A entidade máxima do futebol também aumentou sua presença nos Estados Unidos, com escritórios operacionais em Miami e Nova York e um centro de transmissão de 45 mil metros quadrados em Dallas, que funcionará durante todo o ciclo até a Copa. Um modelo reduzido desse centro já foi utilizado durante o Mundial de Clubes.
“O Mundial não foi exatamente um teste, mas acabou se tornando uma grande experiência para a Fifa”, reforçou Rothenberg, que lançará em breve um livro sobre a ascensão do futebol nos EUA.
Apesar dos esforços, a qualidade dos gramados voltou a ser motivo de críticas por parte de técnicos e jogadores.
“Estamos aprendendo a cada dia”, admitiu Blair Christensen, gerente de gramado do MetLife Stadium, palco da final do Mundial e da grande decisão da Copa de 2026. “Nossa equipe evoluiu muito nas últimas semanas, e levaremos essa experiência para o próximo ano”.