A Prefeitura do Rio de Janeiro apresentou, nesta sexta-feira (6), os detalhes da Força Municipal, nova divisão de elite da Guarda Municipal que atuará no policiamento ostensivo e contará com agentes armados. Segundo o prefeito Eduardo Paes (PSD), a criação da tropa visa reforçar a segurança pública com base em disciplina, preparo e atuação estratégica, sem substituir as polícias estaduais.
Os agentes já em atividade receberão uma remuneração adicional de R$ 10.238,48, além do salário que já recebem como guardas. Já os futuros agentes temporários, que serão contratados em etapas posteriores, terão salário de R$ 13.033,00.
O novo grupo terá, inicialmente, 600 vagas destinadas exclusivamente a guardas municipais já em atividade. O edital de seleção foi publicado na última quarta-feira (4), e os candidatos passarão por um treinamento rigoroso de seis meses, com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que também será responsável pela capacitação para o uso de armas de fogo. A previsão é de que os primeiros agentes estejam nas ruas no início de 2026.Play Video
Segundo a prefeitura, a Força Municipal terá como missão o policiamento ostensivo e preventivo, com atuação baseada nos dados das Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP) do Instituto de Segurança Pública (ISP). O patrulhamento estará presente em todas as regiões, de forma planejada. O grupo não terá atribuição para investigações criminais nem atenderá a chamadas pelos números 190 ou 1746.
A iniciativa, de acordo com o prefeito, nasce como resposta aos altos índices de criminalidade no município, como os 83.966 roubos e furtos registrados em 2024 — uma média de 230 ocorrências por dia, segundo o ISP.
Disciplina, tecnologia, dedicação e remuneração
O novo grupamento contará com câmeras corporais e GPS integrados ao uniforme, e os agentes seguirão roteiros operacionais, a exemplo do programa BRT Seguro. A prefeitura garante que haverá forte disciplina e controle da atuação da tropa.
Para integrar a Força Municipal, os agentes já em atividade receberão uma remuneração adicional de R$ 10.238,48, além do salário que já recebem como guardas. Já os futuros agentes temporários, que serão contratados em etapas posteriores, terão salário de R$ 13.033,00.
Para evitar desvio de função e influência política, os agentes da Força Municipal não poderão ser cedidos para trabalhar em gabinetes de vereadores ou outras funções administrativas. Caso optem por esse caminho, serão automaticamente desligados da divisão.
“O que a gente critica é a politização dessas forças. Se a gente deixar essas forças livres das garras e das patas dos políticos, elas iriam produzir muito mais”, afirmou Paes.
A dedicação será exclusiva, e o prefeito destacou que a remuneração acompanha essa exigência: “Não queremos que a Força Municipal seja bico. Queremos o agente dedicado exclusivamente a essa função, por isso a remuneração será alta”.
Comando e expansão
O atual secretário de Ordem Pública, Breno Carnevalle, será o primeiro comandante da Força Municipal, com posse prevista para o próximo mês. A Guarda Municipal já conta com nove grupamentos especiais, todos criados por decreto, e a meta da prefeitura é ampliar a nova força para até 3 mil agentes até 2028.
Embora a criação da Força Municipal já tenha sido oficializada, a prefeitura aguarda a segunda votação na Câmara dos Vereadores para institucionalizar a tropa. O objetivo é incluir dispositivos que impeçam distorções no uso do grupamento, como a liberação de agentes para funções políticas.
“Poderia criar a força por decreto, mas quero institucionalizar por conta desses detalhes”, explicou Paes.
Mais informações sobre os equipamentos e armamentos utilizados serão divulgadas nos próximos meses, mas a prefeitura já confirmou que as compras estão em andamento.