As entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro cresceram 9,1% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo intervalo de 2024, totalizando 9,44 milhões de toneladas. Em março, houve aumento de 13,6% nas entregas, para 2,36 milhões de toneladas. Os dados são da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
O desempenho, segundo a entidade, foi estimulado pela expectativa de colheita recorde e pelo bom trânsito logístico, “aliado ao empenho do setor em garantir as entregas no tempo certo para os produtores agrícolas”.
O país colheu uma safra recorde de soja, com 167,9 milhões de toneladas, segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 20 milhões de toneladas a mais que na safra 2023/24. A produção de milho safrinha também tem perspectiva de crescimento de 7,6 milhões de toneladas, para 97,9 milhões de toneladas.
O maior volume de entregas de fertilizantes foi registrado em Mato Grosso, com 2,35 milhões de toneladas, ou 24,9% do total registrado no país. Em seguida lideram o ranking o Paraná (1,34 milhão de toneladas), Goiás (1,06 milhão de toneladas), Minas Gerais (978 mil toneladas) e São Paulo (967 mil toneladas).
As importações de fertilizantes totalizaram 8,49 milhões de toneladas no primeiro trimestre do ano, o que representou um aumento de 13,9% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Em março, o aumento foi mais intenso, de 24,3%, para 2,49 milhões de toneladas.
No porto de Paranaguá (PR), ingressaram 2,45 milhões de toneladas, 3,6% a mais que no primeiro trimestre de 2024. O volume descarregado somou 2,37 milhões de toneladas.
Produção nacional
A produção nacional de fertilizantes, por sua vez, aumentou 10,1% no acumulado de janeiro a março, para 1,68 milhão de toneladas. Em março, a produção nacional somou 535 mil toneladas, uma queda de 6,1% ante o mesmo mês do ano passado.
O analista Tomás Pernías, da StoneX, alertou em relatório para o risco de mais volatilidade nos preços da ureia no mercado internacional, o que pode ter impactos no plantio da safra 2025/26.
O mercado monitora o cenário na China, onde há expectativa de retomada das exportações de ureia, o que pode trazer pressão baixista no mercado de nitrogenados. Por outro lado, o setor acompanha as importações de ureia pela Índia, que pode gerar pressões altistas no mercado, no momento em que a oferta global está limitada devido a restrições na produção em países produtores como o Egito.