Entre as mãos calejadas de São José e as de Antônio Luiz Ribeiro, há uma conexão que atravessa gerações. Como o padroeiro dos artesãos, que moldava sua vida com fé e trabalho árduo, Antônio Luiz aprendeu desde menino os segredos da arte manual ao lado do pai. E neste dia do artesão, 19 de março, celebra-se o ofício artesanal e a dedicação de quem, com talento e tradição, transforma matéria-prima em cultura, identidade e sustento.
Aos 10 anos, já vendia suas próprias criações e nunca mais parou. “Foi uma paixão que virou missão e tradição familiar. O artesanato é o que eu sei fazer de melhor”, conta.
Transformar essa habilidade em um negócio foi um caminho natural. Seu envolvimento com a Federação dos Artesãos do Tocantins e a Confederação Nacional dos Artesãos ampliou sua rede de contatos e fortaleceu seu empreendimento. No entanto, os desafios sempre fizeram parte da jornada. “No Brasil, o artesanato ainda não é valorizado comercialmente como deveria, e muitos profissionais enfrentam dificuldades para obter formação técnica, o que torna difícil a profissionalização do setor”, explica.
De acordo com ele, nesse cenário, o Sebrae tem sido um parceiro importante, pois além de oferecer capacitação em gestão, a instituição possibilita a participação dos artesãos em feiras nacionais e internacionais, aumentando a visibilidade dos produtos. “O apoio do Sebrae me ajudou a expandir minha marca e estabelecer contato com comerciantes e colecionadores. Isso fez toda a diferença para o meu negócio”, afirma.
Ao expandir seu trabalho além do Tocantins, Antônio Luiz pretende manter a produção comercial e desenvolver uma linha exclusiva para exposição. “O artesanato é minha vida. Quero levar a arte tocantinense ainda mais longe”, conclui.
Celina Soares, coordenadora do Artesanato no Sebrae Tocantins, explica que são cerca de 8,5 milhões de artesãos no país, que movimentam aproximadamente R$ 102 bilhões por ano. Desse total, R$ 50 bilhões correspondem à receita gerada diretamente pelo setor. “O setor artesanal também movimenta a indústria, com cerca de R$ 20 bilhões em compras de insumos. No Tocantins temos cerca de 2.000 artesãos registrados com carteira profissional”, frisa.