A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) encontrou na última quarta-feira (12) um indígena isolado da região do Mamoriá Grande, localizada entre os municípios de Pauini e Lábrea, no Amazonas.
Segundo o órgão, o indígena fez contato de maneira voluntária. O episódio ocorreu em uma comunidade ribeirinha situada no rio Purus, a cerca de cinco quilômetros da Base de Proteção Etno ambiental da cidade.
Em comunicado, a Funai esclareceu que recebeu informações sobre a presença de um indígena isolado em uma comunidade não indígena, e se deslocou até o local, acompanhando o jovem, para assegurar seu isolamento sanitário.
Além disso, foi viabilizado insumos médicos e profissionais necessários para prestar os cuidados com o indígena. Na última quinta (13), ele retornou à floresta.
Após o regresso, agentes da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e da Funai foram deslocados até a comunidade.Play Video
“Enquanto a Sesai avaliava a situação epidemiológica dos moradores, a Funai monitorava o território e orientava a população sobre medidas de proteção ao povo indígena isolado da Terra Indígena Mamoriá Grande”, diz um trecho do comunicado.
Ainda segundo a Funai, para reforçar a proteção ao indígena e sua comunidade, duas equipes da Funai estão a caminho da Base de Proteção de Mamoriá. Outra equipe da Sesai também deve se juntar ao grupo. Elas permanecerão no local por tempo indeterminado, monitorando e acompanhando a situação.
A equipe contará com uma colaboradora indígena do povo Juma, que é experiente em monitoramento de povos isolados e falante da língua Kawahiva, que pode ser a mesma utilizada pelo povo em questão.
Principais ameaças enfrentadas pela área
Segundo órgãos que monitoram a região, a área de Mamoriá Grande enfrenta uma série de desafios que tornam urgente a sua interdição legal.
Entre as principais ameaças estão a especulação fundiária; os conflitos locais, sob a forma de ameaças provenientes de moradores contra indígenas e servidores da Funai; e a ausência de respaldo legal para fiscalização, já que a Funai não possuía previsão legal para realizar fiscalizações adequadas no território.
O órgão segue acompanhando e avaliando permanentemente a situação, além de implementar medidas para proteger a Terra Indígena Mamoriá Grande.