A defesa do doleiro Alberto Youssef recebeu 210 horas de gravação provenientes de uma escuta na cela em que ele esteve preso em 2014.
A entrega do material aos advogados do doleiro, um dos principais alvos da Operação Lava Jato, aconteceu na quarta-feira (17). A decisão da entrega, de 3 de julho, foi de Guilherme Borges, juiz substituto da 13ª Vara Federal de Curitiba, da Lava Jato.
Dois dias antes, o corregedor-nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, havia determinado que a 13ª Vara explicasse a presença do grampo na cela e a demora em encontrar os arquivos. O doleiro ficou preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba.
Segundo a defesa de Youssef, 26 arquivos de áudio foram apagados do HD que contém as gravações. Não se sabe o que essas gravações delatadas registraram.
A Justiça chegou a ordenar que a PF e o Ministério Público Federal (MPF) entregassem o HD, mas o dispositivo estava na própria “Vara da Lava Jato”.
Como estão as gravações?
As gravações, apurou a CNN, possuem uma qualidade baixa e, por isso, serão enviadas a técnicos especializados que poderão “limpar” o áudio. As escutas seriam sobre os primeiros dias em que Youssef esteve preso na carceragem da PF.
Com os áudios à disposição, a defesa do doleiro diz que conseguirá desmentir a versão dos investigadores da Lava Jato, que negam a existência das escutas.
A CNN procurou o MPF do Paraná, onde era sediada a força-tarefa da Lava Jato, para comentar as declarações da defesa de Youssef, mas ainda não obteve retorno.
O que acontece agora?
A defesa de Youssef pretende enviar as informações ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar os efeitos da delação premiada de Alberto Youssef.
Como Youssef foi o primeiro delator da Lava Jato, existe a possibilidade de a delação não ter ocorrido de forma espontânea, podendo impactar os demais personagens da operação.
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