O mercado físico do boi gordo começou mais uma semana com preços em queda ou estáveis, a depender da região, na esteira dos elevados níveis de oferta de gado. Os valores da arroba só não estão mais pressionados porque as vendas internacionais da carne bovina brasileira continuam robustas.
Em Barretos (SP) e Araçatuba (SP), regiões consideradas referência em São Paulo, o indicador do boi gordo da Scot Consultoria fechou cotado a R$ 225,78 por arroba hoje (20/5), recuo de 0,44% em relação ao preço de sexta-feira (17/5).
“A semana começou com poucos negócios nas praças paulistas. As escalas de abate estão programadas, em média, para 10 dias úteis”, afirmou a Scot em relatório.
Com o fim das chuvas, os pecuaristas estão enfrentando cada vez mais dificuldades para manter o gado no pasto, devido à menor qualidade das pastagens, “o que resulta em uma sobreoferta e gera uma pressão baixista sobre o preço do boi gordo, levando a ajustes negativos nas cotações em diversas regiões do país”, acrescentou a consultoria Agrifatto em nota.
O que ajuda a limitar parte das quedas da arroba é o fluxo de exportação. Dados preliminares do governo federal divulgados hoje indicam que as vendas externas de carne bovina in natura alcançaram 10,77 mil toneladas por dia até a segunda semana de maio. No mesmo mês de 2023, a média diária de embarques era de 7,66 mil toneladas.
Assim, mesmo com uma queda de 11,9% no preço da proteína exportada, o faturamento do país segue mais elevado que o de maio do ano passado.
No mercado interno, a oferta alta e o arrefecimento na demanda comum na segunda quinzena do mês baixaram os preços da carne.
“Na última semana, em São Paulo, as cotações caíram. A cotação da carcaça casada de boi castrado (carne bovina com osso no atacado) caiu 2,2%, e está sendo negociada em R$15,40/kg. Esta é a segunda queda consecutiva”, disse a Scot.
Em contrapartida, a cotação da carcaça especial suína subiu 1,9%, no acompanhamento semanal, para R$10,50 por quilo. O valor do frango ficou em R$6,40 por quilo, queda de 1,5%, no mesmo período. Neste cenário, de acordo com a Scot, a carne bovina está mais competitiva que a proteína de frango e a suína.
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