Apesar do enorme sucesso de público, Tremembé, do Prime Video, também tem enfrentado críticas, especialmente as que acusam a série de “glamurizar” ou “romantizar” os criminosos condenados que aparecem na produção. Em entrevista ao Metrópoles, o roteirista Ullisses Campbell rebateu a polêmica, defendeu a abordagem da produção e explicou que mostrar humanidade não significa exaltar.
Para o escritor, a série realmente humaniza os personagens porque, apesar de serem criminosos, eles continuam sendo seres humanos. Ele destaca que muitas pessoas ainda têm a percepção de que, quando alguém é preso, sua vida simplesmente congela — o que não corresponde à realidade retratada em Tremembé.
“O que as pessoas não estão preparadas é para se deparar com essa verdade. Eles continuam vivendo, comendo, trabalhando, namorando”, pontuou.
Ullisses avalia que Tremembé apenas expõe um cotidiano que existe, mas que parte do público prefere não encarar. Ele acrescenta que a reação costuma ser mais intensa quando a história retratada é brasileira, o que aumenta o desconforto emocional de quem assiste.
“O brasileiro se incomoda muito quando os crimes de grande repercussão têm um CEP brasileiro. Isso deixa o público desestabilizado. Mas a partir do momento que eles acompanham uma história de um crime tão brutal quanto ou até mais nos Estados Unidos ou na Europa, eles ficam mais à vontade por conta da distância dessa narrativa”, refletiu.
Para o autor, a série se aproxima de uma abordagem mais humanizada. A ideia de “romantização”, segundo ele, surge porque os personagens têm relacionamentos e se envolvem afetivamente, mas ele nega que Tremembé tente “glamourizar” os criminosos.Play Video
“Você não vê a gente colocando nenhum desses personagens como se fossem exemplos a ser seguidos, como se estivessem conquistando medalhas ou conquistando algum tipo de notoriedade além da que ele já tem”, destacou também.







