O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (Mapa), Luis Rua, afirmou nesta quarta-feira (5/11) que o Brasil ainda analisa a “forma” e não o “conteúdo” da negociação com os Estados Unidos para a retomada da normalidade na relação comercial entre brasileiros e americanos. Desde agosto, as exportações de produtos importantes, como carne bovina, café, frutas e pescados, para lá são sobretaxadas em 50%.
“Nesse momento, não estamos discutindo exatamente os conteúdos, mas discutindo um pouco da forma de como nós vamos fazer essas discussões com os Estados Unidos”, afirmou a jornalistas após a abertura do 1º Fórum Empresarial Agrícola do Mercosul, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
Ele não deu mais detalhes sobre os preparativos para a negociação. “Ontem mesmo o presidente Lula fez um comentário e o ministro Fávaro também o replicou frente a essas discussões que estão acontecendo. Estamos aguardando avançar com as discussões”, completou Rua.
Segundo Rua, mesmo com o tarifaço, alguns setores têm conseguido dar vazão aos excedentes e até aumentado as exportações, como os frigoríficos de carne bovina, que embarcaram 25% a mais de cargas em setembro. A diversificação de mercados tem sido importante para o enfrentamento das sobretaxas, comentou.
“Desde agosto, quando as tarifas entraram em vigor, nós fizemos a abertura de seis novos mercados para a carne bovina, que se somam a mais de 20 mercados que nós abrimos ou ampliamos desde 2023. Esse trabalho de diversificação de pauta, esse trabalho de diversificação de geografias tem surtido efeito como no caso da carne bovina que a gente aumentou 25% nesse último mês de setembro”, apontou.
O processo de diversificação das exportações, com mais aberturas e ampliações comerciais, contou com a participação dos 40 adidos agrícolas espalhados pelo mundo, disse Rua.
“É um trabalho de longo prazo, começou em agosto, ele já estava em pleno funcionamento, nós naturalmente aceleramos, colocamos o pé no acelerador, chamamos os nossos adidos agrícolas e pedimos para eles olharem para cada uma daquelas cadeias supostamente que seriam mais afetadas pelo tarifaço, para pensar em ações não só são relativas à abertura sanitária ou fitossanitária, mas também ações de promoção comercial”, completou.







