A imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode resultar em uma perda significativa para o setor cafeeiro de Minas Gerais, com uma redução estimada de R$ 1 bilhão nas vendas. O impacto total na economia mineira pode ultrapassar R$ 21 bilhões, afetando diretamente cerca de 187 mil empregos.
Mateus Simões destaca que os dois principais produtos da pauta de exportação do estado, minério e café, estão entre os mais vulneráveis às novas tarifas. Os Estados Unidos são o maior comprador individual do café mineiro, tornando o setor particularmente sensível a essas medidas.
Além do café, outros setores importantes da economia mineira serão impactados, incluindo ferro-gusa, siderurgia, exportação de carne e produção de frutas. O governo estadual já iniciou três frentes de ação para minimizar os impactos: busca por novos mercados, suporte técnico e tributário para empresas afetadas, e fornecimento de dados para negociadores nacionais.
Simões ressalta que produtos como café e açúcar brasileiros não estão disponíveis em outros lugares nos volumes fornecidos pelo Brasil, o que pode resultar em prejuízos também para o consumidor americano. A tarifa de 50% deve entrar em vigor em uma semana, gerando preocupação entre autoridades e produtores.
Uma das principais preocupações apontadas é a falta de coordenação no governo federal para tratar do tema. Segundo Simões, há dificuldades na definição da liderança efetiva do processo de negociação entre o Ministério de Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, com estudos se perdendo no caminho e pouca ação coordenada efetiva.