A Polícia Federal faz novas buscas, nesta sexta-feira (30), em endereços de suspeitos de envolvimento com um esquema nacional de venda de sentenças judiciais e vazamento de informações sigilosas.
Desta vez, policiais fazem buscas em endereços de três suspeitos em Palmas (TO). O prefeito , Eduardo Siqueira Campos (Podemos), está entre os alvos das buscas – a suposta participação dele no esquema não foi detalhada.
Em entrevista coletiva no fim da manhã, Siqueira Campos afirmou que sabe do que se trata a investigação, mas negou que tenha vazado informações sigilosas.
“Eu sou fonte de muita gente. Acho que vocês sabem o tanto que sei ou não sei, eu só sei o que dizem por aí. Eu não tenho nenhuma informação privilegiada. Estou aqui para responder em relação ao fato do suposto vazamento de informação perante o STJ. Eu não tenho fonte no STJ, não é meu papel. Eu indiquei um advogado, e esse advogado foi constituído e teve acesso aos autos”, afirmou.
Câmeras da TV Globo registraram o momento em que os agentes da Polícia Federal deixaram a casa de Siqueira Campos carregando malotes, após mais de duas horas de buscas. Houve buscas também no prédio da prefeitura.
O passaporte do prefeito foi apreendido. A TV Globo apurou que o político é alvo por, supostamente, ter tido acesso a autos de investigações antes que elas se tornassem públicas.
Outro alvo da operação de hoje seria o advogado Thiago Marcos Barbosa, advogado e sobrinho do governador Wanderlei Barbosa.
Ele foi preso em uma fase anterior da mesma operação, em março. Agora, a PF apura se ele estava recebendo algum benefício ou tratamento privilegiado no presídio.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin. A ação faz parte da operação Sisamnes, que já identificou suposta venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo a PF, os alvos desta sexta “teriam tido acesso antecipado a detalhes de operações policiais, comprometendo a eficácia das medidas judiciais que seriam implementadas”
Ainda de acordo com o material divulgado, a operação desta sexta também busca mais informações sobre “eventuais privilégios ilegais concedidos a um dos investigados atualmente preso“ no âmbito da mesma investigação.
Outro alvo seria um advogado de Brasília que, de acordo com as investigações, estaria vazando informações sigilosas sobre investigações para os alvos.
Fase anterior prendeu grupo de extermínio
Esta é a nona fase da operação Sisamnes – a mesma que, na quarta (28), prendeu cinco suspeitos de integrarem um grupo de espionagem e homicídios por encomenda.
Com esse grupo, a PF encontrou tabelas que definiam preços para o monitoramento de autoridades como deputados, senadores, ministros e magistrados. Policiais ainda investigam se essas atividades foram contratadas de fato.