O valor da produção florestal brasileira atingiu R$ 37,9 bilhões, em 2023, 11,2% acima de 2022, informou nesta quinta-feira (26/9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados constam da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2023.
O instituto detalhou ainda que a área de florestas plantadas ficou em 9,7 milhões de hectares no ano passado, acréscimo de 2,5% ante 2022 (238 mil hectares a mais). Foram detectados 4.924 municípios, com produção florestal.
Do total, a silvicultura representa 83,6% e a extração vegetal, 16,4%. O valor da produção de silvicultura ficou em R$ 31,7 bilhões, em 2023, 13,6% acima de 2022 – enquanto a extração vegetal atingiu R$ 6,2 bilhões no ano passado, praticamente estável.
“Podemos dizer que a silvicultura puxou o valor da produção florestal como um todo”, resumiu Carlos Alfredo Barreto Guedes, pesquisador do IBGE.
Ele ponderou que os preços dos itens de produção florestal apresentaram melhora entre 2022 e 2023, com impacto favorável no valor total da produção florestal.
Ao ser questionado quais culturas teriam puxado mais a expansão de silvicultura, o técnico comentou que a indústria de celulose tem contribuído para maior elevação de áreas.
No caso da área de silvicultura, que somou 9,7 milhões de hectares em 2023, 78,1% foram de eucalipto (7,6 milhões de hectares), usado principalmente na indústria de celulose.
Ainda no total de área de florestas plantadas, informou ainda o IBGE, 1,8 milhão de hectares (18,2% do total) eram de pinus e 357,7 mil hectares (3,7% do total) de outras espécies.
Papel e celulose
A produção brasileira de madeira em tora para papel e celulose foi recorde em 2023, atingindo 113,1 milhões de metros cúbicos (m³), alta de 3% ante 2022, conforme o IBGE. O segundo maior volume da série histórica ocorreu em 2022 (109,7 milhões de m³).
No levantamento, os pesquisadores destacam que, nos últimos quatro anos, ocorreu crescimento de 28,9% na produção de madeira em tora para papel e celulose. Já a madeira em tora para outras finalidades cresceu 8,6% no mesmo período.
O IBGE informou ainda que, em termos regionais, São Paulo foi o maior produtor de madeira em tora para papel e celulose em 2023, com 28,4 milhões de metros cúbicos, uma expansão de 11,2% ante 2022.
Já no caso de madeira em tora para outras finalidades contou com o Paraná como maior produtor, com 22,9 milhões de metros cúbicos, no ano passado: alta de 9,2% ante 2022. O total produzido nessa categoria, em 2023, ficou em 60,1 milhões de metros cúbicos, aumento de 2,6% ante 2022.
Extração vegetal
O valor da produção obtido por meio da extração vegetal no país, em 2023, atingiu R$ 6,2 bilhões, queda de R$ 132 mil ante 2022, informou o IBGE. Mesmo com o recuo, o valor da produção do extrativismo vegetal apresentou estabilidade, segundo o instituto.
Dos grupos de produtos que compõem a exploração extrativista na pesquisa, foram registrados decréscimos no valor da produção de ceras (18,8%), gomas não elásticas (100,0%) e nó-de-pinho (8,7%) entre 2022 e 2023, detalhou ainda o IBGE, no estudo.
Já no caso de exploração extrativista de produtos madeireiros, esse grupo representa mais da metade do valor da produção do extrativismo (64,2%). O extrativismo madeireiro atingiu R$ 3,981 bilhões em 2023, em valor de produção, 0,5% acima de 2022 – após cair 0,2%, em 2022, ante 2021.
O IBGE informou, em sua análise sobre os dados, que até 2020, a exploração extrativista de madeira vinha perdendo espaço no país. Essa vinha sendo gradativamente substituída pela originada em florestas cultivadas, informaram os pesquisadores. Entretanto, em 2021, houve um grande aumento influenciado pela produção de madeira em tora, detalharam ainda os técnicos.