Um homem de 34 anos, a esposa, de 33, e a sogra, de 52 anos, foram indiciados como responsáveis pela morte do idoso Rafael Oliveira, de 62 anos. O crime aconteceu em Ananás, norte do estado, e a vítima teria ateado fogo na entrada de uma padaria de propriedade dos suspeitos, entretanto ele estava em surto psicótico.
A morte foi registrada no dia 30 de novembro deste ano. De acordo com a Polícia Civil, o idoso tinha sido diagnosticado com esquizofrenia quando incendiou a entrada do comércio, que fica no centro de Ananás, não estava consciente das suas ações. O fogo destruiu um tapete e outros objetos da padaria.
Ele usou óleo diesel para produzir as chamas e na ação, sem ter consciência do ato, acabou sofrendo queimaduras de 2º e 3º, segundo o delegado, Carlos Eduardo Estrela, responsável pela investigação.
“Logo após esse fato, a vítima começou a andar pelas ruas da cidade com o corpo parcialmente queimado e completamente despido, quando chegou ao Terminal Rodoviário da cidade”, explicou o delegado.
Ao saberem do incêndio, o homem de 34 anos e o cunhado, um adolescente de 16 anos, perseguiram Rafael pela cidade e, armados com pedaços de madeira, atacaram a vítima. Rafael recebeu vários golpes na cabeça e não resistiu aos ferimentos.
Mas antes de saírem em busca do idoso, a polícia apurou que a mulher de 33 anos foi até a casa da mãe e do irmão adolescente, para que todos punissem o autor do incêndio. O jovem se armou com uma cadeira de madeira que estava na padaria, material usado para a agressão.
Para a polícia, mesmo que mãe e filha não tenham participado das agressões que levaram o idoso à morte, elas auxiliaram para que o homem e o adolescente fossem atrás de Rafael.
Além disso, o delegado afirmou que a mulher ainda circulou de moto no local onde houve a morte com o objetivo de alterar a cena do crime. Além disso, a mãe do adolescente e da mulher acolheu o jovem no sentido de protegê-lo após o homicídio.
Como a vítima tinha múltiplas queimaduras por causa do incêndio na porta da padaria, a princípio o caso foi tratado como suicídio. Mas a polícia descobriu, após realização dos exames necroscópicos que se tratava de homicídio. Por isso houve investigação por suspeita de homicídio, que chegou até os suspeitos.
Os três integrantes da mesma família vão responder pelo crimes de homicídio qualificado, fraude processual e corrupção de menores. O adolescente, segundo a Polícia Civil, foi apontado como incurso em ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado.
“Trata-se de um caso de extrema gravidade onde uma pessoa, já idosa e com problemas psicológicos, foi brutalmente assassinada por um motivo fútil, por uma família que movida por um sentimento torpe de vingança, se armou com paus e até uma cadeira, no sentido de punir a vítima pelo fato de a mesma ter ateado fogo em um tapete do estabelecimento que pertence aos autores”, destacou o delegado.
O inquérito da 18ª Delegacia de Polícia de Ananás foi concluído e remetido ao Poder Judiciário, com vistas ao Ministério Público para a adoção das medidas legais cabíveis.