Com investimentos estimados em R$ 130 bilhões, que contemplam 890 quilômetros na rede metroferroviária, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lançará nesta quarta-feira (29), o programa “São Paulo nos Trilhos”.
Na ocasião, ele assinará o contrato da parceria público-privada para o Trem Intercidades (TIC), que ligará a capital até Campinas – o leilão ocorreu no fim de fevereiro.
O anúncio desta semana contempla novas linhas de metrô, a construção de mais estações na rede existente, concessão de linhas da CPTM e estudos para outros trens de média velocidade entre grandes cidades do estado.
“São passos muito significativos nas concessões e no desenvolvimento de novos projetos”, disse Tarcísio à CNN.
Um dos aspectos inovadores do plano é a concessão à iniciativa privada de uma linha existente de metrô com a construção de uma nova.
O novo modelo começará, ainda em 2025, com o leilão conjunto da Linha 1-Azul (a mais antiga de São Paulo) e da Linha 20-Rosa (que precisará ser executada do zero).
A ideia é permitir que a futura concessionária tenha geração de caixa imediata, com as receitas das tarifas já existentes, o que ajuda na obtenção de financiamento junto a bancos.
Mesmo assim, haverá a necessidade de aportes do estado – o que configura uma PPP.
O plano prevê duas fases para a Linha 20-Rosa: primeiro o trecho Santo André-Saúde e, depois, o trecho Saúde-Santa Marina. Ao todo, devem ser 24 estações e 31,1 km de extensão.
Até o fim de 2025, ainda estão previstos os leilões de concessão (pura ou PPP) dos seguintes projetos:
- Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM
- Linhas 10-Turquesa e 14-Ônix da CPTM
- TIC São Paulo-Sorocaba
Também haverá anúncios de ampliação, com recursos públicos, das linhas 4-Amarela e 5-Lilás do metrô (duas novas estações em cada linha) — conforme antecipado pela CNN em novembro do ano passado.
A maioria dos projetos incluídos no plano “São Paulo nos Trilhos”, entretanto, ficará para 2027 em diante.
O secretário estadual de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, explicou à CNN que o fim do mandato de Tarcísio em 2026 não é empecilho para o desenvolvimento dos estudos.
“Da mesma forma que nós herdamos uma carteira de projetos da gestão anterior, queremos e precisamos deixar um portfólio para a próxima gestão, quem quer que seja o governador”, afirmou o secretário. Tarcísio pode tentar a reeleição.
Além disso, segundo Benini, o objetivo é acenar para os investidores com um calendário previsível de leilões anos à frente.
Isso permite a grupos nacionais e estrangeiros olhar essa carteira de infraestrutura como um todo, elaborar estratégias de médio prazo e focar nos projetos que fazem mais sentido para o perfil de cada empresa.
O plano envolve a concessão de outras linhas existentes do metrô (2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata) atreladas à construção de novas linhas (16-Violeta e 19-Celeste).
Também foi aprovada, na semana passada, a contratação de estudos para quatro projetos de grande porte. Os estudos serão executados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
- TIC São Paulo-São José dos Campos: com investimentos projetados de R$ 6 bilhões, deverá fazer o percurso em 75 minutos e tem três opções de traçado.
- TIC São Paulo-Santos: com investimentos previstos de R$ 9 bilhões a R$ 15 bilhões, fará o percurso em 90 minutos e tem duas alternativas principais de descida da Serra do Mar (pela cremalheira da MRS Logística ou via Mongaguá).
- VLT de Campinas: veículo leve sobre trilhos com 22,4 km de extensão e 18 estações, ligando o centro ao aeroporto de Viracopos.
- VLT de Sorocaba: veículo leve sobre trilhos com 25 km de extensão e 13 estações, usando trechos ferroviários da Malha Paulista (controlada pela Rumo) que não têm operações e devem ser devolvidos à União.
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