A renda fixa está vivendo um dos seus melhores momentos recentes no mercado financeiro brasileiro.
Com a alta dos juros, os investimentos em títulos públicos têm se tornado cada vez mais atrativos, beneficiando aqueles que optam por essa modalidade.
Os papéis pré-fixados, por exemplo, já apresentam taxas que ultrapassam os 15% ao ano. Além disso, os títulos da dívida pública indexados ao IPCA estão oferecendo rendimentos superiores a 7% acima da inflação.
Boa parte dessa disparada nos juros é explicada pelo cenário de incerteza fiscal no Brasil.
O pacote de corte de gastos proposto pelo governo é considerado insuficiente para conter a escalada da dívida pública.Play Video
Além disso, o cenário externo, com a possível chegada de Donald Trump à Casa Branca, também não é favorável, podendo resultar em mais inflação nos Estados Unidos e no mundo.
Segundo o analista de investimentos Rodrigo Cohen, a tendência é que a renda fixa continue atraente em 2025.
“O Brasil é o país da renda fixa, felizmente ou infelizmente, dependendo para quem. A gente realmente tem aí um ano que promete a renda fixa continuar, pelo menos final de 2024, início de 2025”, disse ao CNN Money nesta quarta-feira (25).
Apesar dos altos rendimentos, Cohen alerta para os riscos associados à marcação a mercado.
“Se você precisar tirar o dinheiro antes, você corre o risco de tirar menos dinheiro”, explica.
Ele recomenda o Tesouro Selic para reservas de emergência e investimentos de curto prazo, enquanto os títulos pré-fixados e IPCA+ são mais indicados para o longo prazo.
Para quem está começando a investir, o especialista sugere diversificar.
“Começa diversificando, coloca um pouquinho no pré-fixado, coloca um pouquinho no Tesouro Selic e coloca um pouquinho no IPCA+, e vê como a sua carteira vai se comportar”.
Por fim, Cohen ressalta a importância de ter uma reserva de emergência antes de considerar outros investimentos.
“Se não tem isso, nem pense no próximo passo”, aconselha o analista, recomendando um colchão financeiro suficiente para cobrir de seis a nove meses de gastos.