As recentes sanções impostas pela União Europeia (UE) e Reino Unido ao diesel russo não representam, no momento, uma ameaça ao abastecimento do combustível no Brasil. Essa é a avaliação de Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira de Biopolímeros Compostáveis e Compostagem (Abicom), em entrevista à CNN Money.
Segundo Araújo, apesar do aumento da pressão internacional sobre a Rússia devido ao conflito com a Ucrânia, as operações de importação de diesel para o Brasil seguem normalmente.
“No entanto, nós não temos ainda nenhum reflexo desse aumento das sanções no abastecimento nacional. O abastecimento está normal”, afirmou.
O especialista ressaltou que a expectativa para maio é de uma importação de cerca de 1,4 bilhão de litros de diesel, sendo que entre 65% e 70% desse volume tem origem russa.
Araújo explicou que, embora haja uma tendência de maior controle e necessidade de avaliação mais criteriosa dos fornecedores e equipamentos utilizados no transporte do diesel para o Brasil, não há motivo para preocupação imediata.Play Video
Possível impacto nos preços
Apesar da estabilidade no abastecimento, Araújo alertou para um possível impacto nos preços do diesel caso haja uma migração do fornecimento russo para o americano.
“Tendo uma migração do fornecimento do diesel russo para o diesel americano, nós estamos falando aí da ordem de 6, 7 centavos por litro a mais no preço do óleo diesel”, estimou.
O presidente da Abicom também comentou sobre a possibilidade de aumento na adoção de biocombustíveis como alternativa ao diesel fóssil.
Ele mencionou o projeto “Combustível do Futuro”, aprovado pelo Congresso, que estabelece um cronograma para aumento do teor de biodiesel no diesel, atualmente em 14%, com previsão de crescimento até 20%.
Araújo concluiu afirmando que as distribuidoras brasileiras estão bem preparadas para enfrentar possíveis desafios no cenário global de combustíveis.
“As distribuidoras brasileiras estão muito bem preparadas, elas têm equipes aí treinadas e que acompanham a cada momento a evolução do mercado, fazem os seus planejamentos para suprimentos”, assegurou.