Ainda faltam quase dois meses para o verão, mas ele já é aguardado por muitos brasileiros. A estação que sucede a primavera começa às 6h20 (de Brasília) do dia 21 de dezembro de 2024 e permanece ativa no Hemisfério Sul até 20 de março de 2025, às 6h02 (de Brasília), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
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As principais características do período são as temperaturas elevadas, com a ocorrência de ondas de calor, e também a umidade alta, condição que deixa o clima abafado e interfere na sensação térmica.
“Independentemente de variações dentro da estação, é o período mais quente e úmido em todo o Brasil. E essas variações ocorrem por outras situações, como o La Niña, o El Niño e a atuação do Oceano Atlântico, por exemplo”, explica o meteorologista Willians Bini.
Outra particularidade é que os dias ficam mais longos do que as noites, ao contrário do inverno. E isto acontece devido à posição da Terra em relação ao sol na parte mais ao sul do planeta.
O que esperar do verão 2025?
Para o Sul, afetado pelas chuvas ao longo do ano, os volumes, geralmente maiores no verão, podem diminuir com a presença do La Niña, afirma Bini. O contrário acontece no Norte e Nordeste, que devem ter chuvas abundantes nos próximos meses, especialmente no Matopiba, território que engloba partes de Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia.
As regiões Sudeste e Centro-Oeste, concentradas na parte central do Brasil, são conhecidas pela umidade e volumes altos de chuva durante a próxima estação. Nas principais áreas produtoras, a preocupação é aproveitar em tempo a janela de umidade para o plantio da soja e outras culturas.
“Quanto antes a semeadura começar, melhor será para o milho safrinha entre fevereiro e março. É estratégico começar cedo no Centro-Oeste”, diz Bini.
Quando o La Niña começa?
Diferentemente do verão passado, a estação em 2025 estará sob o domínio do La Niña, fenômeno caracterizado por uma anomalia negativa na temperatura de – 0,5 °C ou menos nas águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial. Pelo menos essa é a expectativa.
No entanto, o último relatório divulgado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), em 10 de outubro, apontou que a probabilidade de o La Niña entrar em ação até novembro caiu de 71% para 60%.
O atraso significa que, quanto mais tarde o fenômeno for oficializado em 2024, os efeitos podem ser sentidos apenas em 2025. No momento, o clima está em período de neutralidade após o fim do El Niño, em 12 de junho.
De acordo com o especialista ouvido pela Globo Rural, o La Niña impacta significativamente no volume e na distribuição das chuvas, com destaque para o Sul, onde provoca irregularidades e menos precipitação, prejudicando a agricultura. No outro extremo – o Matopiba –, o fenômeno vai beneficiar o cultivo das principais culturas com a ocorrência de mais chuva.
Para o Sudeste e Centro-Oeste, a previsão indica pouca influência, afirma Willians Bini. “Esse verão, em especial, vamos passar a ter condições mais volumosas a partir do fim de novembro. E dezembro, janeiro, fevereiro e março serão com chuvas dentro da média ou acima da média nesta área central”, relata.
As temperaturas, por sua vez, continuam acima da média durante o verão. A condição, no entanto, não significa a ocorrência de ondas de calor seguidas.