Com três décadas de história, o Programa A União Faz a Vida (PUFV), iniciativa educacional do Sicredi, celebra em 2025 um marco que vai além dos números: o impacto direto na formação de cidadãos mais conscientes, comprometidos com a coletividade e com a transformação de suas comunidades. Criado a partir de um projeto piloto no Rio Grande do Sul, o PUFV nasceu em 1995 com o objetivo de aproximar a escola da realidade dos estudantes, valorizando a aprendizagem colaborativa, o protagonismo infantojuvenil e os vínculos entre escola e comunidade.
Ao longo desses 30 anos, o programa se expandiu por todo o país e atualmente está presente em mais de 730 municípios brasileiros. Com uma proposta pedagógica baseada na metodologia de projetos, o PUFV já alcançou mais de 5,3 milhões de estudantes e envolveu cerca de 230 mil educadores em práticas que promovem o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. A metodologia se baseia na construção do conhecimento a partir da realidade local, estimulando a curiosidade, o pensamento crítico e o senso de pertencimento dos alunos.
Presença ativa no Tocantins e transformação no cotidiano escolar
No Tocantins, o programa também tem deixado sua marca. Presente em sete municípios, o PUFV envolve mais de 111 educadores e beneficia diretamente 1.292 crianças e adolescentes com projetos que abordam temas ligados à vivência cotidiana dos alunos. As ações são desenvolvidas em parceria com as escolas e cooperativas locais, sempre respeitando a diversidade cultural e incentivando o diálogo, a empatia e a participação social.
A proposta é que os estudantes assumam um papel ativo na própria formação, refletindo sobre o que os cerca e propondo soluções, atitudes e aprendizados baseados na realidade que vivem.
Entre os municípios tocantinenses que integram o programa estão Ipueiras, com as escolas municipais Firmina Pereira dos Santos Pinto e Maria Angélica Martins de Souza; Formoso do Araguaia, com a Cooperativa de Trabalho Educacional de Formoso do Araguaia (COOPEFA); Porto Nacional, com a Escola Municipal Professor Deasil Aires; Luzimangues, com a Escola Municipal Eulina Braga; Dianópolis, com a Escola Municipal em Tempo Integral Santa Luzia; e Palmas, com o Centro Educacional Aquarela. Em todas essas instituições, projetos desenvolvidos com os alunos se transformam em experiências de crescimento pessoal e coletivo.
Metodologia baseada em projetos valoriza protagonismo dos alunos
A metodologia do PUFV parte da premissa de que os alunos aprendem melhor quando participam ativamente da construção do conhecimento. “O que diferencia o PUFV é sua metodologia baseada em projetos, que parte da realidade dos alunos e valoriza o protagonismo de forma prática e contínua. No programa, não apenas falamos sobre cidadania, mas também incentivamos a vivência no dia a dia escolar, por meio de investigações, ações colaborativas e envolvimento com a comunidade”, explica Jéssica Suzana Magalhães, analista de cooperativismo e sustentabilidade do Sicredi. Para ela, os valores que sustentam o programa são parte central do processo educativo, e aparecem em todas as etapas metodológicas.
Segundo Jéssica, os projetos colaborativos criam oportunidades para que os alunos desenvolvam o respeito às diferentes opiniões, a valorização da diversidade cultural e a participação ativa em suas comunidades. A vivência desses valores contribui para formar cidadãos mais preparados para enfrentar os desafios sociais, ambientais e emocionais do mundo contemporâneo. É nessa construção que o PUFV se diferencia de propostas educacionais tradicionais, pois oferece ao aluno não apenas conteúdo, mas vivência, senso crítico e pertencimento.
Histórias que mostram o impacto além da sala de aula
A transformação promovida pelo PUFV pode ser percebida em relatos de educadores que vivenciam diariamente os efeitos da metodologia no desenvolvimento dos estudantes. A professora Rayla Cristiane Carvalho, que atua na turma do Pré-II da Escola Municipal Professor Deasil Aires, em Porto Nacional, compartilha a experiência com o projeto “Como estou me sentindo?”, desenvolvido com as crianças da educação infantil. Segundo ela, o objetivo do projeto era ajudar os alunos a reconhecer, nomear e lidar com suas emoções, sejam elas positivas ou negativas, no ambiente escolar.
Durante o desenvolvimento das atividades, a turma foi envolvida em dinâmicas como rodas de conversa, contação de histórias e brincadeiras guiadas, que ajudaram os pequenos a compreender o que sentem e como expressar esses sentimentos de forma saudável. Rayla conta que os resultados foram perceptíveis não apenas na postura dos alunos diante de frustrações e conflitos, mas também na forma como interagiam entre si no dia a dia. Para a educadora, o trabalho com habilidades socioemocionais foi essencial para preparar essas crianças para os desafios da vida, dentro e fora da escola.
“Mais do que trabalhar habilidades socioemocionais imediatas, este projeto tem um impacto que vai além da sala de aula, contribuindo diretamente para o desenvolvimento do autocontrole e da empatia, habilidades fundamentais para a adolescência e a vida adulta”, relata a professora. “Ver as crianças mais seguras ao falar sobre o que sentem, respeitando o tempo e os sentimentos dos outros, é uma das maiores conquistas deste trabalho. Foi, sem dúvida, um projeto essencial para a formação de estudantes mais conscientes, equilibrados e emocionalmente preparados para os desafios da vida”.
Três décadas de compromisso com a educação e a comunidade
O PUFV tem como base a atuação da Fundação Sicredi, braço social e cultural do Sicredi, que é reconhecida como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) pelo Ministério da Justiça. A proposta do programa não é apenas levar conhecimento aos alunos, mas conectar a escola com o território onde está inserida, fortalecendo os vínculos entre educadores, famílias, instituições e a comunidade. Ao estimular o pensamento crítico e a participação cidadã desde a infância, o programa vem contribuindo para a formação de uma sociedade mais cooperativa, justa e solidária.
Para Jéssica, ao completar 30 anos, o Programa A União Faz a Vida apenas celebra sua trajetória de expansão e alcance nacional. “Também reafirmamos nosso compromisso com uma educação que transforma. As ações comemorativas previstas ao longo de 2025 serão uma oportunidade para reconhecer conquistas, ouvir histórias como a da professora Rayla, valorizar o trabalho de educadores e inspirar novas gerações. Mais do que um programa educacional, o PUFV é uma ferramenta de mudança real — uma união que, de fato, faz a vida acontecer”, finaliza.