Os benefícios do novo Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) da Educação, que não era revisado há dez anos, abrangem, além dos mais de 8 mil servidores ativos, também os professores que já se aposentaram.
Pela proposta serão contemplados 6.533 educadores inativos por regime de paridade, e que recebem pelo Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins (Igeprev).
O documento final está sendo analisado pela comissão de elaboração do plano.
Após o parecer da Comissão, o plano seguirá para apreciação da Secretaria de Estado da Administração, Secretaria de Estado do Planejamento, Procuradoria-Geral do Estado, Casa Civil e depois será encaminhado à Assembleia Legislativa para votação.
O regime de paridade diz respeito aos trabalhadores que se aposentaram atendendo aos requisitos de idade mínima e tempo de contribuição estabelecidos pela legislação.
Estes servidores já encerraram a carreira, e, portanto, não mudarão de referência na tabela (representada por letras), mas serão beneficiados com aumentos equivalentes aos aplicados aos trabalhadores ativos.
O secretário da Educação, Fábio Vaz, detalhou como será concedido o benefício.
“Apesar de não mudarem de letra na tabela, os aposentados receberão aumentos que variam de 3% a 29%, conforme a posição em que se aposentou. Para atender estes professores que dedicaram tantos anos de suas vidas à educação, a diferença na folha de pagamento será de 4.872.793,85 mês de R$ 63.346.320,05, cumprindo assim o compromisso do Governador Wanderlei Barbosa em promover a valorização de cada profissional da educação estadual”, enfatizou.
Serão contemplados 322 professores assistente (nível médio), 2.802 professores da educação básica (Proeb – nível superior) e 3.348 professores normalista (Prono).
Proeb
Os servidores inativos enquadrados como Proeb receberão aumentos conforme o nível e posição na tabela, à época da aposentadoria.
Quem finalizou a carreira no nível I, correspondente à licenciatura, na letra F, recebe atualmente, R$7.167,22. Com o novo PCCR, o valor passará para R$ 8.254,41.
No Nível II, para quem tem especialização, o professor que se aposentou na letra G, recebendo R$ 8.067,50, receberá R$ 10.301,02.
No nível III, os professores com mestrado, aposentados na letra I, com salário de R$ 9.442,67, passarão a receber R$ 12.014,08.
Os salários dos professores que se aposentaram no nível IV, com doutorado, terão um aumento significativo. Por exemplo, que se aposentou na letra J, saltará dos atuais R$ 10.625,55 para R$14.012,02.
A professora aposentada, Ábias de Andrade, diz que o novo PCCR vai muito além do que esperava.
“É um sonho, porque depois que aposentada não temos mais a expectativa de receber benefícios. Saber que o Governo do Estado incluiu os aposentados no PCCR nos traz um sentimento de gratidão, em saber que estamos sendo reconhecidos por uma vida de muitas décadas dedicadas à educação”, comemorou.
Prono
Para os servidores Prono inativos o aumento previsto pelo novo PCCR também será significativo.
Por exemplo, quem se aposentou no nível II, com licenciatura, na letra F, e recebe R$ 6.450,50, passará a receber R$ 7.428,97.
No nível III, com especialização, o valor do benefício da letra G é de R$ 7.260,45. Pela proposta os inativos passarão a receber R$ 8.664,40.
No nível IV, para quem tem mestrado, e se aposentou na letra H, a remuneração de R$ 8.169,49 saltará para R$ 10.105,29.
Os professores que se aposentaram no nível V, com doutorado, na letra J, e recebem atualmente R$ 9.564,04, receberão, com a aprovação do PCCR, R$ 12.610,81.
A professora Maria das Mercez, de Palmas, que está em processo de aposentadoria, está ansiosa pela aprovação do novo PCCR.
“Vai ser um grande benefício para nós que já fizemos o nosso trabalho, que já contribuímos com a sociedade, agora a gente quer o descanso e bem remunerado. Estamos vendo que a proposta está a nosso favor, com uma aposentadoria mais tranquila e digna. Essa gestão valoriza os profissionais, que somos importantes para a sociedade, porque sem a educação, nada é feito”, destacou.
O Novo PCCR
O novo PCCR integra dois dos oito eixos do Programa de Fortalecimento da Educação (PROFE), Formação dos Profissionais da Educação e Valorização dos Profissionais da Educação, e propõe a evolução funcional mediante desempenho e qualificação do servidor, estimulando-o a buscar o desenvolvimento na carreira.
Além disso, institui novas perspectivas de carreira e melhoria salarial significativa mediante as progressões. A proposta também foi construída de forma que seja assegurada a sustentabilidade fiscal para execução do novo plano dos profissionais da Educação Estadual.
A comissão de elaboração do plano foi instituída pelo Decreto 6.802, de 6 junho de 2024, e é composta por seis instituições representativas: a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), a Secretaria de Estado Fazenda (Sefaz), a Secretaria de Estado da Administração (Secad), Secretaria do Planejamento, Instituto de Previdência Social – IGEPREV e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet).